Postagens

O Mito de Sísifo e as Carências

Imagem
Por Filipe Marinheiro Gritarei: absurda, suicida sobre as matérias e substâncias desta obra tão excepcional. Inacabada. Aonde encontro carências e algumas náuseas. De resto uma obra fenomenal. Obra de carácter filosoficamente complexa aonde o paradoxo aparentemente pessimista enquanto entendimento do pensar absoluto é uma outra coisa absurda, ténue ou liquefeita que não aquela que o leitor retirará enquanto estética e ou inutilidade doutro pensamento como um sentido oculto nas palavras entre as palavras submersas nas ideias simples. Como perceber, navegar dentro desta obra sem as traves mestras filosóficas que suportam todos os níveis e desníveis do “Mito” ?  Sísifo na mitologia grega era considerado o mais astuto de todos os mortais. Mestre da malícia e da felicidade, era considerado como um dos maiores ofensores dos deuses, tendo conseguido enganar a morte por duas vezes, fintando os deuses Tânatos e Hades. Ao morrer, Sísifo foi considerado um grande rebelde e foi con...

Charles Dickens, o escritor dos deserdados

Imagem
Por Neiva Dutra Charles Dickens nasceu em 7 de fevereiro de 1812, na Inglaterra da Revolução Industrial, em uma família que viveu constantes dificuldades econômicas.  Da infância dura a uma relativa prosperidade, das críticas ao reconhecimento, Dickens escreveu, sobretudo, sobre os deserdados.  Não foi o primeiro nem o único a fazê-lo, mas o que escreveu, quando e onde escreveu, demonstram a extraordinária força com que impôs sua visão da sociedade e das relações entre os homens e os motivos pelos quais a literatura universal o consagrou. Charles Dickens estudou até os dez anos e quando a família mudou-se de Portsmouth para Londres não voltou à escola. A irmã foi enviada para a Real Academia de Música, para estudar piano, e ele foi trabalhar em uma fábrica, voltando a estudar apenas anos mais tarde. A mãe, contudo, tentou por todos os meios fazer com que voltasse a trabalhar, o que ele jamais lhe perdoou. A experiência do menino Charles na fábrica ressurge...

Boletim Letras 360º #158

Imagem
Antes de ler mais uma edição que copia as notícias que publicamos durante mais uma ativa semana em nossa página no Facebook, chamamos atenção para o projeto 01:MIN DE POESIA. Está é a última chamada para participação dos leitores. Todas as informações estão disponíveis no mural do Letras no Facebook .  Segunda-feira, 22/02 >>> Brasil: "A morte da puta", um dos seis poemas inéditos Murilo Mendes encontrados pelo pesquisador Leandro Garcia Ele trabalha na organização das cartas trocadas entre o poeta e crítico (e amigo) Alceu Amoroso Lima. No caso deste, publicado no sábado pelo jornal Folha de São Paulo , pode-se ler como uma linha fora da curva ou uma provocação de Murilo a Lima: um poema sobre a morte de uma prostituta para um influente crítico católico publicar em uma revista literária católica, Ordem , editada pelo intelectual. O texto escrito em 1930 foi rejeitado e é apenas um grupo dos seis inéditos já encontrados pelo pesquisador. Terça-fei...

A escrita em suspenso dos diários de Sartre

Imagem
Por Rafael Kafka             Li os diários de Sartre quando tinha 19 anos e iniciava o curso de Letras no antigo CEFET/Pa. Eu estava conhecendo a obra do filósofo existencialista, bem como de sua companheira, Simone de Beauvoir, e muito me interessou ler algo mais ligado a sua intimidade, até porque já na época eu demonstrava o interesse de manter um diário pessoal, mas sem as baboseiras típicas do gênero. Quando criança, tentei de todas as formas manter diários durante um certo período, porém tropecei diversas vezes no fato de ver na minha vida algo desinteressante demais, rotineiro demais. Adulto, percebo que na verdade quando crianças temos um olhar fantasioso demais que nos ajuda a lidar melhor com os demônios da realidade objetiva, algo bem retratado por Alê Abreu na animação brasileira O menino e o mundo , concorrente ao Oscar desse ano. Se tivesse colocado no papel as agruras de quando criança, provavelmente eu ...

Trumbo: a lista negra, de Jay Roach

Imagem
Por Pedro Fernandes É cada vez mais visível que os critérios comerciais têm se sobreposto aos de significação do filme para que este figure uma lista de melhores na premiação mais badalada do cinema, o Oscar. Isso tem variado de ano para ano, mas não deixa de ser um dos elementos que deixam em crise o prestígio da premiação. A observação é válida para se perguntar por que Trumbo não está, mesmo que não ganhasse ou fosse forte concorrente, na lista dos melhores filmes. Claro, isso desfaz ainda outra questão, a da crítica especializada que viu na produção de Jay Roach um título entre o mediano e o medíocre. Sim, mediano, é talvez uma caracterização plausível, medíocre não. O que não é o caso, por exemplo, de Mad Max ; e este, sim, está na lista entre os melhores do Oscar de 2016. Trumbo  não é medíocre porque é um texto muito bem construído, com figurino e fotografias excelentes e, claro, a irreparável atuação de Bryan Cranston, ainda que se note certos cacoetes d...

A vida e a poesia de Fernanda de Castro

Imagem
Por Maria Vaz Maria Fernanda Teles de Castro de Quadros Ferro, mais conhecida por Fernanda de Castro, foi uma poetisa, romancista portuguesa que se dedicou, igualmente, ao teatro, à ficção, à tradução e à literatura infantil. Dotada de uma personalidade ecléctica, o vasto leque de saberes fez com que publicasse, inclusive, um livro de introdução à botânica. Nasceu em Lisboa, corria o mês de Dezembro do ano de 1900, e faleceu em Dezembro de 1994. O seu pai era oficial da Marinha, motivo pelo qual teve uma infância e pré-adolescência povoada de mudanças de casa, onde constam cidades como Portimão, Figueira da Foz e Lisboa. Viveu ainda na Guiné, país que deixou aos doze anos, altura em que se tornou órfã de mãe. Aos 22 anos de idade, casou com António Ferro que, mais tarde, se viria a tornar um homem influente no departamento de informação e propaganda do regime salazarista. Talvez pelo facto de perdido a mãe tão jovem e por uma ligação muito forte com a religião cris...