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Boletim Letras 360º #255

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No último boletim anunciamos que planejávamos a primeira promoção de 2018; esta semana divulgamos em nossas redes sociais que sortearemos cinco livros em nossa página no Facebook: A noite da espera , de Milton Hatoum; Laços , de Domenico Starnone; O marechal de costas , de José Luiz Passos; a edição especial de A hora da estrela , de Clarice Lispector; e Uma forma de saudade , diários de Carlos Drummond de Andrade. Fiquem atentos! A seguir as notícias que copiamos em nosso mural no Facebook. Está lançado o primeiro rojão de 2018. Um impasse sobre a publicação ou não de uma coletânea de folhetos antissemitas produzidos por Louis-Ferdinand Céline. Mais detalhes ao longo deste Boletim. Segunda-feira, 01/01 >>> Brasil: 4321  o retorno de Paul Auster São mais de oito centenas de páginas com a história de um jovem que atravessa as décadas mais complexas dos Estados Unidos no século passado. O livro é apresentado sempre como um romance de fôlego que exig...

A descoberta da escrita, de Karl Ove Knausgård

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Por Pedro Fernandes Desde A morte do pai , o primeiro volume de Minha luta , um extenso romance no qual Karl Ove Knausgård esboça passar a limpo sua vida, já era possível suspeitar a que se refere este simbólico título que encontra ecos em tradições não tão celebrativas no universo dos livros – ao dizer isto, pensamos no mesmo título escolhido por Adolf Hitler para sua imoral autobiografia. E contra o quê luta o escritor norueguês? A resposta para a pergunta está pronta e a essa altura, quando da leitura do quinto volume de um total de seis que formam sua obra-prima, é possível apresentá-la sem receio do erro ou da contradição. Em A descoberta da escrita , Karl Ove Knausgård trata de explorar os lugares, as situações e a insistente tentativa de escrever. Mais que isto: de construir o que poderíamos chamar de ethos do escritor. Por toda a parte está em contato com figuras, grande parte delas são pessoas mais jovens que ele, entregues ao ofício de manipulação da palavra...

Mother!, de Darren Aronofsky

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Por Pedro Fernandes Mother! é um longo poema alegórico. E o poema que dá forma ao imbróglio cinematográfico se faz no seu interior. Isto é, estamos diante de um meta-poema. Logo, o poema é, a um só tempo, ele próprio, o filme e a representação simbólica do genesíaco; esta, por sua vez, designa tanto a criação poética, quanto a fílmica, como a criação do mundo. Aronofsky constrói, assim, um rico jogo de matrioscas no qual cada camada revela, por sua vez, uma poderosa metáfora sobre nós mesmos, desde o mito bíblico da criação à ruína apocalíptica. Além das metáforas e do vasto conteúdo simbólico sugerido – o próprio filme conforma um símbolo – é necessário notar a forma circular, a desidentificação das personagens e a descontinuidade do que, na ausência de um designativo melhor elaborado, chamaremos de enredo. Distinguiremos aqui não o motivo principal, a criação, nem as simbologias diversas propositalmente forjadas pela unidade poemática. E sim o símbolo principal que estab...

Boletim Letras 360º #254

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Magros boletins, magras postagens. Estamos em dormência. A ganhar fôlego para a rotina de mais um ano. Em breve divulgaremos em nossa página no Facebook nossa primeira promoção de 2018; permaneçam atentos! E ontem, 29 de dezembro, divulgamos nossa tradicional lista com os melhores de 2017, viram? Se não, visitem aqui . A seguir, as notícias que copiamos em nossa rede social mais visitada; como na edição passada, este Boletim Letras 360º está minado de expectativas sobre os livros que nos chegam em 2018. Boas leituras e, reforçamos por aqui, excelente ano novo! Um inédito de Sylvia Plath chega ao Brasil em 2018. Saiba mais ao longo deste Boletim. Segunda-feira, 25/12 >>> Brasil: Uma coleção de clássicos da literatura brasileira com textos do crítico Antonio Candido   A ideia é apresentada em 2018 pela Editora Ouro Sobre Azul; a coleção sai em parceria com a Edusp e é formada por romances do século XIX sobre os quais Antoni...

Destaques em projetos editoriais de 2017

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–  Macunaíma , de Mário de Andrade Depois que a obra do escritor modernista passou a domínio público várias casas editoriais decidiram publicar uma edição diferenciada de seu livro principal. Há livros para todos os bolsos e gostos – e isso inclui as tiragens sofisticadas. Em 2016, a Ateliê Editorial já havia organizado uma tiragem pequena com uma edição especial (integrou esta mesma lista naquele ano); e, agora, a Ubu editora, casa que tem se destacado por excelentes publicações, investiu num livro do tipo. Assim, o romance de 1928 teve o texto estabelecido por Telê Ancona Lopez e Tatiana Longo e apresentado numa tiragem limitada com monotipias de Luiz Zerbini que se utilizam da vegetação tropical na sua composição – uma relação com o caráter exuberante do texto de Mário. Da sobrecapa às imagens internas – 33 no total. A obra recupera ainda um glossário fixado por Diléa Zanotto Manfio feito para edição crítica de 1988, posfácio de Lúcia Sá e prefácios inéditos do próprio ...

Os melhores de 2017

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Por Pedro Fernandes 2017 não foi um ano fácil. Não sei se motivado pelos rumos negativos que este país tomou e por uma descrença mortal de acentuação institucionalizada do horror ou se pelo espírito fatalista que, em parte motivado pela primeira possibilidade, se tornou mais presente entre nós, estudei de diversas maneiras dar fim ao Letras. Também é este um trabalho que suga boa parte de minha energia e no ano que agora chega ao fim apareceram mil e uma outras atividades que me colocam distante da manutenção deste projeto. Parte desse estágio melancólico ficou expresso no texto de abertura do Boletim Letras 360º #246 que marcava a passagem da primeira década deste blog online. Mas, a energia dos que fazem este espaço existir – os que aqui escrevem e os que acompanham nas redes sociais – pareceu mais forte. As vontades negativas, se não desapareceram, amainaram. E agora que paro para um recesso encontrarei outras possibilidades para as trilhas que aqui se mantêm. Par...