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Boletim Letras 360º #311

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Aproveitamos esta ocasião para noticiar que a chegada de fevereiro traz a expectativa pela nova edição de Grande sertão: veredas  e com ela a da realização de nossa segunda promoção de 2019. E queremos lembrar que até o dia 15 desde mês estão abertas as inscrições aos interessados em fazer parte do grupo de colunistas do blog. As informações sobre estão disponíveis neste endereço .  Sabe-se que há originais de J. D. Salinger que serão inéditos e publicáveis. Mais detalhes ao longo deste Boletim.  Segunda-feira, 28/01 >>> Brasil: Três novos títulos na coleção Tintim No universo dos quadrinhos, poucos autores conseguiram marcar tão profundamente a memória afetiva do leitor como Hergé, pseudônimo de Georges Prosper Remi. Tintim, seu personagem mais famoso, já foi publicado em dezenas de idiomas, virou filme, desenho animado, seriado de TV e peça de teatro, e continua encantando o público. Mais de 30 anos após a morte do autor belga e para celeb...

11 Livros que são quase pornografia

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Ilustração: T. Hanuka O sexo sempre esteve presente na literatura, embora nem sempre de maneira explícita. Há escritores que mergulharam em sua própria sexualidade como se a arte pudesse ser campo para um exercício psicanalítico e findaram por revelar a partir dessa intimidade o lado mais escuro sobre. Esta lista apresenta um conjunto de livros nos quais os escritores se desnudam, livros que dispensam o pudor para narrar cenas de elevado tom. Christine Angot, até o presente uma romancista francesa quase desconhecida no Brasil embora tenha sido autora de um livro chamado Pourquoi le Brésil ?, tem sido lida como uma das principais figuras que se filiam à tradição da qual faz parte nomes como o de Anaïs Nin. Em 1999, ela publica L’Inceste , a obra pela qual sempre tem sido lembrada, por se tratar de uma narrativa que recupera a relação incestuosa entre um pai e uma filha. Les Petits , outra obra sua, já inicia com uma felação sob o chuveiro que termina numa penetração anal an...

Com armas sonolentas, de Carola Saavedra

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Por Fernanda Fatureto Carola Saavedra, escritora brasileira nascida no Chile, afirmou em um artigo seu para a revista Claudia de setembro do ano passado que é urgente tomar posse do próprio corpo, da nossa alma e da nossa história: “Quem somos? É urgente começar a contar a própria história”, afirma. É justamente o que a escritora busca em seu mais recente livro – Com armas sonolentas , publicado pela Companhia das Letras em 2018. O título remete ao verso “com armas sonolentas” do poema “Primeiro sueño” de Sor Juana Inés de la Cruz, poeta mística nascida no México do século 17. No livro de Carola Saavedra há esse diálogo com o insondável e o onírico numa trama que narra a vida de três mulheres ligadas pela maternidade. Dividido em duas partes, conhecemos as histórias independentes de Anna Marianni, Maike e a Avó. Anna – uma atriz sem fama em busca de reconhecimento que mora no Rio de Janeiro e tem a chance de conhecer um prestigiado cineasta alemão, com quem se cas...

Walt Whitman. Vida e aventuras de Jack Engle

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Por Rafael Narbona Poeta de uma nação ou poeta dos que estavam à margem? Foi dito que Walt Whitman (Nova York, 1819 – Nova Jersey, 1892) era um “vagabundo semidivino” (Borges), “um magnífico preguiçoso”, um jornalista marcado pelo fracasso, um copista negligente, um professor sem vocação, um bêbado de bom coração, um libertino. Nada disso o impediu de se tornar um poeta da democracia estadunidense, a voz profunda da América livre e inconformista. Folhas de relva (Leaves of Grass) é a Ilíada do Novo Mundo, a Divina comédia do jovem e insolente continente, o Dom Quixote de um país que ainda sonha com a última fronteira. Para Whitman, a democracia é a religião do povo estadunidense. Não se trata de uma fé pagã, mas de um misticismo libertador que combate o fanatismo e a tirania. Deus, a Natureza e o Homem compõem um todo indissociável que merece ser cantado e celebrado. Sacerdote do otimismo, Whitman nunca experimentou as dúvidas de Hamlet ante a caveira de Yo...

Os muitos Eliot

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Por José Luis Rey T. S. Eliot (1888-1965) nasceu em St. Louis, no Estado de Missouri. Ingressou em Harvard em 1906 e foi discípulo de Irving Babbitt. Aí também recebeu a influência do antirromantismo então em voga em Havard, da filosofia de Santayana e se uniu ao entusiasmo de certos círculos da universidade pela poesia isabelina, o Renascimento italiano e a filosofia mística indiana. Escreveu um longo trabalho de conclusão de curso sobre o filósofo F. H. Bradley, cuja ênfase na natureza privada da experiência individual teve peso considerável no imaginário criativo eliotano. Mais tarde, o poeta estudou literatura e filosofia na França e na Alemanha, antes de ir parar na Inglaterra no início da Primeira Guerra Mundial. Estou filosofia grega em Oxford, ensinou numa escola de Londres e obteve o posto no Banco Lloyd’s. Em 1915 se casou com a escritora inglesa Vivienne Haigh-Wood, casamento condenado ao fracasso que se refletiria, por exemplo, em A terra devastada , seu...

J. D. Salinger, o escritor ausente

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Por Marta Ailouti J. D. Salinger, 1952. Foto: Lotti Jacobi Contra os desejos do próprio J. D. Salinger (Nova York, 1919 – New Hampshire, 2010), seu nome continua gerando ruído até hoje. Zelosamente obcecado por sua vida privada, a forte recusa à exposição pública marcou a vida deste escritor que, apesar de propiciar muitas querelas e erguer muros, pôde viver isolado seus últimos quarenta anos num sítio de Cornish. “Se eu fosse um pianista, ou ator, ou coisa que o valha, e todos aqueles bobalhões me achassem fabuloso, ia ter raiva de viver. Não ia querer nem que me aplaudissem. As pessoas sempre batem palmas pelas coisas erradas. Se eu fosse pianista, ia tocar dentro de um armário” – escreveu em O apanhador no campo de centeio , quase como uma profecia. J. D. Salinger gostava, dizia ele, de escrever. E nada mais. Nascido em 1 de janeiro de 1919 numa família bem-colocada socialmente que se dedicava à importação de carnes e queijos europeus, publicou seu primeiro conto...