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Boletim Letras 360º #313

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Terminou na sexta-feira, 15 fev. ’19, as inscrições para colunistas do Letras in.verso e re.verso. A partir de agora, vamos ler as propostas enviadas, avaliá-las e tomara alcançarmos novos e interessantes nomes para ampliar a qualidade deste blog. Novidades em torno disso, fiquem atentos, estarão em nossas redes sociais. Por falar sobre elas, as redes sociais, neste final de semana ficará disponível uma nova promoção. Sortearemos um exemplar da nova edição de Grande sertão: veredas preparada pela Companhia das Letras. o sorteio acontece em nossa página do Facebook. Depois disso, estamos preparando um desafio para os leitores que acompanham o blog no Instagram. #Desafio10k sorteará muitos livros bacanas. Aguarde. Abaixo estão as notícias apresentadas durante esta semana no Facebook do Letras. Segunda-feira, 11/02 >>> Brasil: A super-edição de luxo de Grande sertão: veredas Além da edição comercial, que já está em pré-venda, a Companhia das Letras p...

Tribalismo, leituras e debates políticos sem demonização

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Por Rafael Kafka Ilustração: George Tooker O tribalismo segue sendo um tema que muito me interessa. Ele começou a chamar minha atenção após as eleições do ano passado, no dia seguinte à eleição do presidente Jair Bolsonaro. Naquele mesmo dia, decidi que passaria a estudar as bandeiras políticas defendidas por gente que o apoiou para poder fazer uma crítica mais substancial e concreta do que estava enfrentando. Lembrei-me de uma expressão usada por Terry Eagleton em seu ensaio sobre marxismo e crítica literária: o significante tem significado. Nas aulas básicas dos cursos de letras, uma das primeiras coisas que aprendemos é que o signo linguístico, seu caráter convencional, é nascido da fusão entre um significante e um significado, uma imagem acústica e um sentido social usual. A fala geralmente deprava esse sentido, expandindo seus usos e por isso mesmo não é estudada, por si só, pelos linguistas. A expressão de Eagleton mostra como a ligação entre significante e si...

Eliete, de Dulce Maria Cardoso

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Por Pedro Fernandes Dulce Maria Cardoso. Foto: Pedro Serpa. Captar o bulício dos dias. Esta é talvez a mais perigosa das atitudes que um escritor pode assumir. Principalmente se os dias forem os constituídos dessa massa amorfa e bestial de existências de mesma tessitura, entre vida real e vida virtual, como nosso tempo. Esta é, entretanto, uma constatação que esconde muitas fragilidades. Alguém pode se perguntar por aqueles escritores metidos no cânone e que no seu tempo se entreteram com o comezinho e findaram por pintar (e, por isso se tornaram canônicos) um retrato multiperspectívico da história, esta que agora só temos acesso pelas imagens criativas que forjaram – tal como Balzac e sua monumental A comédia humana . Quer dizer, quem somos, quais poderes temos, para dizer que a bestialidade de nosso tempo será ou não motivo para realização da obra literária, ou, como sabermos se esta ou aquela situação é que são as dignas de um romance. Outro poderá ainda...

Além de Haruki Murakami. Onze romances da literatura japonesa que você precisa conhecer

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"Dois amantes lendo uma carta", de Eisen Ikeda Em 2019 Haruki Murakami completou 70 anos; o aniversário coincide com a publicação no Brasil de O assassinato do comendador . Cada novo romance do escritor japonês é um acontecimento e seu nome se repete, todo ano, como favorito ao Prêmio Nobel de Literatura. É claro que não é uma figura integralmente amada por todos; há os que a odeiam. Mas, assume-se como um escritor sem meios gostos. E é verdade que a presença do escritor tem contribuído para eclipsar muitos outros escritores japoneses. Por isso, esta lista com um conjunto de obras imprescindíveis escritas por colegas e compatriotas de Murakami. Se o autor de Norwegian Wood sonha todo ano com o Nobel, o primeiro autor de seu país a alcançar o galardão da Academia Sueca foi Yasunari Kawabata, autor de obras como O país das neves , em 1968. Um discípulo de Kawabata ficou às portas do grande prêmio universal das letras – Yukio Mishima. Não alcançou a benção dos aca...

Molière, o desapiedado satírico sempre atual

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Por Alberto López Molière nunca sai de moda. Suas obras cômicas são mais interpretadas que as de qualquer dramaturgo atual porque soube estabelecer meio caminho entre a denúncia e a sátira, a ridicularização e a correção dos costumes exagerados da França de meados do século XVII. Não em vão, o autor francês passou para a história como um dos escritores mais universais e traduzido para todas as línguas. Ele próprio se encarregou de protagonizar muitas de suas obras e, fazendo seu o lema dos teatros italianos ambulantes que percorriam a França em princípios do século, conseguiu “corrigir os costumes rindo” à base de crítica e situações absurdas entre suas personagens, embora não sem atravessar misérias e desencantos ao longo de sua vida. Nasceu numa família sem recursos mas bem relacionada com a realeza pelo trabalho do pai como tapeceiro, mas desde pequeno, e por influência de seus tios, o teatro lhe chamou a atenção ao ponto de se dedicar a ele por inte...

Sándor Márai, o último senhor da Europa

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Por Francisco Goñi Hungria, 1918. Um jovem espera ansioso que se imprima seu primeiro livro de poemas. Encontra-se por detrás das máquinas de impressão. Neste lugar se produz também um dos jornais diários da cidade de Kaschau e falta nesse momento uma nota principal e o redator não acompanha o trabalho de impressão. Então se convida o rapaz para que escreva de maneira rápida um texto. Assim começou a paixão literária de Sándor Márai. Em Kaschau, cidade multicultural e poliglota da Alta Hungria, hoje parte da Eslováquia, nasceu, em 1900, Sándor Márai. De uma família tradicional foi educado sob o espírito dos ideais burgueses do século XIX. Sua cidade natal sempre significou um orgulho, já que por mediação alemã, foi uma das mais importantes da cultura burguesa e do urbanismo da Hungria. No romance Kassai örjárat (Patrulha a Kaschau, em tradução livre) comenta: “As épocas heroicas da burguesia criaram na Europa essa obra de arte que chamamos cultura ocidental”. Sándor...