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Boletim Letras 360º #462

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DO EDITOR   1. Caro leitor, reitero aqui os votos para o fim e começo de ano distribuídos nas redes sociais do Letras : “Que na loucura encontremos algum descanso e no descanso alguma paz e na paz alguma esperança. Votos de um libertador e promissor 2022”.    2. Não deixo de lembrá-lo sobre o segundo sorteio do pequeno clube de apoios ao Letras. Desta vez, o leitor premiado receberá três títulos enviados pela PontoEdita. São eles: Ida Um romance , de Gertrude Stein; Faça-se você mesmo , de Enzo Maqueira; e Desvio , de Juan Francisco Moretti.   3. Você pode se informar como se inscrever para sorteio que acontece em janeiro aqui . E caso busque algo mais sobre esses títulos pode consultar o site da editora ou visitar uma das publicações nas nossas redes sobre o clube: aqui , no Facebook, ou no Instagram .   4. Obrigado pela companhia, pela leitura e pelo apoio ao trabalho do Letras ! Marina Tsvetáeva. Foto: Arquivo Museu Casa de  Marina Tsvetáeva.   LAN...

Escrever, de Marguerite Duras

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Por Paula Luersen Marguerite Duras. Foto: Hélène Bamberger.   Chega às livrarias nesse final de 2021, pela Editora Relicário, a coletânea de textos Escrever de Marguerite Duras. É um livro mandatório para os leitores da autora. A força arrebatadora presente em obras como O amante e Hiroshima mon amour aparece ali concentrada, com precisão e franqueza ímpares. Cada texto contribui para o panorama de uma atuação que se desdobrou em ensaios, roteiros, peças, romances, colaborações e direções de cinema. Mas não à toa o primeiro texto, “Escrever”, é também o que confere título ao conjunto. Meias palavras, relatos desinteressados ou quaisquer subterfúgios são dispensados nesse ensaio, dando lugar a um autorretrato de Marguerite, inteiro e sombrio, como uma mulher escritora no contexto do pós-Segunda Guerra.   Antes de comentar esse ensaio em específico, cabe sublinhar que o livro chega em um momento interessante para os leitores brasileiros por diversos motivos. No ensaio “O...

Uma vida comum, de Uberto Pasolini

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Por Solange Peirão Causa impacto esse filme, criado e dirigido pelo cineasta Uberto Pasolini, começar com cenas de serviços fúnebres religiosos de crenças variadas. No espaço, o morto, o celebrante e uma pessoa que se conhecerá mais adiante. Trata-se de John May, o funcionário público londrino, acionado para inspecionar a casa dos que são e morreram só. A princípio, lembra um perito procurando as provas de um crime. Paramentado, cauteloso, vasculha o ambiente da casa, que em geral já encontra revirado. E nessa procura, o cineasta expõe as marcas, ainda frescas, de uma antiga vida solitária: um pote de creme com a marca dos dedos, um travesseiro afundado no centro, um varal com calcinhas. E fotografias. E elas, as fotografias, vão compor a mola mestra que costura a narrativa desse belo filme. Servem para dar pistas sobre a identidade do morto. Mas, para esse obcecado perito, são o caminho também para localizar seus entes queridos. Afinal, ambos merecem esse derradeiro encontro. Em ...

Três guerras, três tempos: “Cândido”, “A cartuxa de Parma” e “14”

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Por Michele Soares “The Night Window”, de 1917 (2019, Dir. Sam Mendes) No começo de “O contador de histórias” 1 , Walter Benjamin parte do óbito da qualidade da experiência para escrever sobre a agonia e a morte do contador de histórias. O exemplo ao qual recorre está bastante próximo dele mesmo, Benjamin, que atravessou o tempo de uma guerra (a Primeira), para morrer, encurralado e suicidado, antes de assistir ao final da Segunda. Diante da disjunção entre experiência da guerra e arcabouço simbólico não reafirmado, os soldados — ao menos os que tiveram a sorte de voltar da guerra — teriam retornado mudos, sem ter como (ou por que) dar forma verbal ao que viveram nas trincheiras. Assim como Benjamin aponta que a morte do contador de histórias não é fato novo/contemporâneo, também podemos inferir que a pobreza da experiência pode ser anterior ao ano de 1914. Para fins de exercício, vamos estreitar o olhar em três romances, de três autores franceses, em atividade em três séculos diferent...

Boletim Letras 360º #461

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    DO EDITOR   1. Caro leitor, a semana que agora finda foi a nossa última com atividades diárias aqui no Letras. De agora até o final de janeiro, as publicações entram em ritmo lento, uma ou outra post, ou nenhuma. E este boletim, passa a circular em formato reduzido, sem as seções de costume. As redes sociais que têm presença do blog continuam a funcionar normalmente.     2. E, em quase gesto de despedida de 2022, aproveito para lembrar à solidariedade de final de ano sobre o segundo sorteio do pequeno clube de apoios ao Letras. Desta vez, o leitor premiado receberá três excelentes livros da Pontoedita: Ida Um romance , de Gertrude Stein; Faça-se você mesmo , de Enzo Maqueira (anunciado por aqui na edição anterior deste Boletim); e Desvio , de Juan Francisco Moretti.   3. Para saber como se inscrever para sorteio que acontece em janeiro visite aqui . E caso busque algo mais sobre esses títulos pode consultar o site da editora ou visitar uma das publicaç...