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Robert Frost

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  Robert Frost. Foto: Marvin Koner Robert Frost nasceu em San Francisco, mas sua família mudou-se para Lawrence, Massachusetts, em 1884, após a morte de seu pai. A mudança foi na verdade um retorno, pois os ancestrais de Frost eram originalmente da Nova Inglaterra, e ele se tornou famoso pelo envolvimento de sua poesia com o lugar, suas identidades e temas. Frost se formou na Lawrence High School, em 1892, já como o poeta da turma (ele também dividiu a honra de segundo orador da turma com sua futura esposa Elinor White) e, dois anos depois, o New York Independent aceitou seu poema intitulado “My Butterfly”, alçando-se ao status de poeta profissional com um cheque de quinze dólares. Seu primeiro livro foi publicado por volta dos 40 anos, mas ele ganharia um recorde de quatro prêmios Pulitzer e se tornaria o poeta mais famoso de seu tempo, antes de morrer aos 88 anos.   Para comemorar sua primeira publicação, Frost mandou imprimir um livro de seis poemas para íntimos; duas das ...

Boletim Letras 360º #520

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    DO EDITOR   1. Caro leitor, na semana seguinte divulgaremos em nossas redes sociais e na seção Ajuda deste blog os próximos livros que disponibilizaremos para sorteio entre os apoiadores do Letras .   2. E você, já fez o seu apoio? Acesse aqui e saiba que pode colaborar de várias formas, como por exemplo, no clube de apoiadores ou na aquisição de qualquer um dos livros apresentados pelos links ofertados neste Boletim.   3. Obrigado pela companhia! Virginia Woolf. Foto: Man Ray.   LANÇAMENTOS   O terceiro volume dos diários de Virginia Woolf .   Entre 1924 e 1930, vemos, com força total, a Virginia Woolf que se imortalizou como uma das maiores figuras do modernismo e do século XX. Entre esses anos, Virginia publica e escreve a maioria das obras que a consagraram: em 1925, Mrs. Dalloway e O leitor comum , em 1927, Ao farol , em 1928, Orlando , em 1929, Um teto todo seu — e, em 1930, está no meio do processo de As ondas , que apresentaria ...

Dino Buzzati via o que pintava e pintava o que via

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Por María José Calvo Montoro “Como sempre me interessei muito pelo pintor Hieronymus Bosch, durante uma viagem à Holanda visitei sua cidade natal”: assim começa o texto que Dino Buzzati publicou como introdução às obras completas do pintor flamengo na famosa coleção Clássicos da Arte. Esta é a história em que narra o seu encontro com um velho descendente do grande mestre que, muito contrariado com o apego habitual do seu antepassado ao fantástico, recorda ao escritor: “Se não houve pintor mais realista e diáfano do que ele… que fantasias, ou que pesadelos, ou que magia negra! A realidade objetiva e transparente que estava diante dele! Só que ele era um gênio que via o que ninguém mais era capaz de ver. Aí reside o seu segredo: era alguém que ‘via’ e pintava o que via”.   Ora, nesse enunciado poético, Buzzati delineia aspectos essenciais de sua escrita, encenando o próprio olhar de um pintor. Os olhos de falcão que Buzzati descobre no retrato de Bosch, “penetrantes e maliciosos”, a ...

O avesso da pele, de Jeferson Tenório

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Por Pedro Fernandes Jeferson Tenório. Foto: Carlos Macedo   Foi com O avesso da pele que Jeferson Tenório se fez reconhecido no meio literário brasileiro em 2020; no ano seguinte, obteve com este que é seu terceiro livro o Prêmio Jabuti. Antes publicara outros dois romances, O beijo na parede (2013) e Estela sem Deus (2018), este último reeditado pela mesma casa editorial que o projetou. Grande parte da boa recepção do premiado romance se deveu a maneira como examina a partir de circunstâncias e ângulos diversos as complexas relações raciais num país onde durante muito tempo apostou na ideia de convívio livre e franco das raças. Num momento quando as questões raciais importadas da tradição estadunidense, seja a partir da própria literatura, seja a partir do pensamento articulado no interior dos estudos culturais, reabrem o exame sobre o modelo de silenciamento forjado no Brasil, a escolha pelo tema, aliás, tem fomentado o restabelecimento de uma interessante linha criativa na no...

O Holocausto e o cinema

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Por Rafael Narbona Frame de Cinzas da guerra .   A Shoah não para de produzir perplexidade, mas a verdade é que não é o primeiro genocídio da história. Talvez a sua singularidade resida na exploração dos avanços científicos e tecnológicos para exterminar e reduzir a cinzas milhões de cidadãos europeus (e não do Terceiro Mundo), quase sempre integrados na cultura dos países que participaram no Holocausto. Na verdade, alguns dos sobreviventes mais famosos nunca deram muita importância ao seu judaísmo, porque nem mesmo acreditavam em Deus. É o caso de Primo Levi, Jean Améry ou Imre Kertész. O antissemitismo é um antigo preconceito cristão que inspirou inúmeros pogroms. Em Sobre os judeus e suas mentiras (1543), Martinho Lutero escreveu: “Seremos culpados de não destruí-los.” Os nazistas adotaram esse lema, responsabilizando os judeus por serem a origem e o substrato do internacionalismo, do marxismo e da democracia, três doutrinas incompatíveis com a utopia racista do Sangue e da Naç...