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Boletim Letras 360º #567

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DO EDITOR   Olá, leitores! Nesta edição do Boletim Letras 360º com o pé ainda em 2023, mas o olho em 2024, venho registrar em nome dos que fazem este projeto os votos de um excelente novo ano, com plenas realizações, boas descobertas e aprendizagens com as novas leituras. Reitero ainda os agradecimentos pela companhia durante este ano, pelas ajudas com este projeto e aproveito para renovar o desejo de continuar de mãos dadas com todos para os desafios vindouros. Graciliano Ramos. Rio de Janeiro, 1952.   OS LIVROS POR VIR   1. Graciliano Ramos em domínio público .   No início da semana postamos aqui a chegada das primeiras edições de títulos da obra de Graciliano Ramos fora da casa editorial que publica sua obra desde 1975: Vidas secas e Angústia saem em janeiro pela Via Leitura. No meio da tarde do mesmo dia, a coluna Babel do jornal Estadão publicou uma matéria com entrevista ao neto de Graciliano, o também escritor Ricardo Ramos Filho. O texto apresenta que, p...

Boletim Letras 360º #566

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Roberto Bolaño. Foto: Lola Muriel   LANÇAMENTOS   Reunindo cinco ficções e duas conferências, o último livro que Roberto Bolaño deixou para ser publicado chega aos leitores brasileiros em fevereiro de 2024 .   Na véspera da internação que antecedeu sua morte em julho de 2003, Roberto Bolaño vagou de sua casa no povoado de Blanes até Barcelona, onde ficava sua editora, com um disquete na mochila estampada. Nele estava “O gaucho insofrível”, livro que trazia os últimos contos escritos pelo autor chileno. Seu desejo era entregá-lo à editora para que o livro fosse publicado em seguida, garantindo-lhe alguma segurança financeira durante o período que se sucederia ao transplante de fígado, algo que necessitava fazer com extrema urgência. Na madrugada daquele mesmo dia, no entanto, Bolaño foi internado com severa hemorragia. Duas semanas depois, aos cinquenta anos, um dos maiores nome da literatura latino-americana do século XX estava morto. De fato, a morte é onipresente em O g...

O suplício de Papai Noel ou o direito a ser pagão

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Por Sergio Raúl Arroyo O regresso de Santa Claus, Thomas Nast, 1852.   Às vésperas do Natal de 1951, um correspondente do jornal France-Soir descreveu um acontecimento curioso em seu despacho de 24 de dezembro:   PAPAI NOEL É QUEIMADO NO ÁTRIO DA CATEDRAL DE DIJON DIANTE DE CRIANÇAS DE ORFANATOS DIJON   Papai Noel foi enforcado ontem à tarde nas grades da Catedral de Dijon e queimado publicamente em seu átrio. Essa execução espetacular se realizou na presença de várias centenas de internos de orfanatos. Ela contou com o aval do clero, que condenara Papai Noel como usurpador e herege. Ele foi acusado de paganizar a festa de Natal e de se instalar como um intruso, ocupando um espaço cada vez maior. Censuram-no, sobretudo, por ter-se introduzido em todas as escolas públicas, de onde o presépio foi meticulosamente banido.   Às três horas da tarde do domingo, o infeliz velhinho de barbas brancas pagou, como muitos inocentes, por um erro cujos culpados eram os que aplaud...

Boletim Letras 360º #565

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DO EDITOR   Olá, leitores! Disse na edição passada que o Letras fará sua costumeira pausa de fim de ano. Deixaremos as publicações diárias e a próxima edição deste boletim já virá reduzida, sem as seções suplementares. Como disse, as atividades nas redes continuam — e vez ou outra, sempre que bater necessidade, por aqui também.  Planejamos regressar ao normal na penúltima semana de janeiro de 2024 e, muito provavelmente, com chamada para novos colunistas. Você que escreve sobre livros e quiser publicar conosco, se organize e esteja atento por aqui e pelas nossas redes. Dê uma olha sobre nossos interesses e linha editorial aqui . Agradecemos sua companhia até aqui e, continuem conosco! Javier Marías. Foto: Thomas Laisné   LANÇAMENTOS   O ano de 2024 começa com a chegada ao Brasil do último romance de Javier Marías .   Após um longo período dedicado ao serviço secreto, Tomás Nevinson acredita que seus dias de espionagem chegaram ao fim. O reencontro com Berta Isla...

O que­­ aprendemos com Policarpo Quaresma?

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Por Guilherme França Lima Barreto reimaginado com o fardão da Academia Brasileira de Letras. Projeto de Arte Urbana Negro Muro.   Todos têm um plano para o Brasil. Não importa se estamos no táxi, no trabalho, na missa ou no botequim, há sempre alguém falando, quiçá gritando, sobre os problemas que acometem as instituições, a política, a educação, a economia e todo o aparato de poder existente num país de dimensões continentais como o nosso.   Nesses discursos, não é raro perceber um tom saudosista ou, então, revolucionário por parte do interlocutor, que assolapado pela ideia que tem de seu país, provavelmente fala não apenas em seu nome, mas também daqueles que talvez não se recorde mais ou que não se sabe nada sobre a vida e história.   Como sempre, parece-me que além da história real dos efeitos de algumas revoluções, a literatura também já deu conta de retratar esse movimento pelo qual um entusiasta de certas ideias acaba esmigalhado por elas quando postas em p...