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A qualidade da programação da TV brasileira

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Por Pedro Fernandes A adoração pela TV não possui limites sociais, raça ou credo. O televisor se tornou instrumento presente na maioria das casas brasileiras. Provas vão desde uma antena “espinha de peixe” mal colocada no telhado de um barraco até às potentes antenas parabólicas na cobertura de um prédio de luxo. Claro, ninguém é de ferro! Quem não gosta de relaxar vendo um bom filminho? Ou até mesmo algum programinha interessante? – Opa! Pere aí! Cuidado com o adjetivo! – Mulher xinga o marido por causa de traição. De certa vez, homem invade programa ao vivo com arma em punho. Cenas eróticas do mocinho com a protagonista alcançam o ápice de audiência das telenovelas. Isso tudo são coisas do cotidiano? Sim, mas se tornaram, sobretudo, artimanhas da TV exibidas em horário nobre ou em fins de semana, servidos de bandeja ou empurrados goela abaixo toda vez que, por vício ou o interesse de relaxar um pouquinho, ligamos o televisor. A briga entre programas pela audiência...

Algumas notas sobre Absalão! Absalão!, de William Faulkner

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O papel semelhante ao bíblia com que o editor quis publicar Absalão! Absalão! não é senão a mensagem que revela ao leitor o caráter sagrado desta obra-mestra de William Faulkner; esse caráter é constituído por razões que estão além dos referentes bíblicos oferecidos pelo próprio romance e que se liga à excelência artística e ao estilo capaz de servir de influência a diversos autores de extrema grandiosidade, tal como Mario Vargas Llosa, António Lobo Antunes, Joyce Carol Oates, Gabriel García Márquez, Thomas Bernhard... Absalão! Absalão! regressa ao universo de Faulkner das dinastias, de patriarcados em declínio, consciências atormentadas e atmosferas tão febris como asfixiantes do condado de Yoknapatawpha, depois de deixar-se cair na tentação do êxito comercial interessado em construir um Best-Seller e carregando as tintas em Santuário .   Absalão! Absalão! , a história da perturbada ambição de Thomas Sutpen e da tragédia com que culmina a envenenada relação de ultr...

Sobre “As vinhas da ira”, de John Steinbeck

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Os tempos da ira Por Luisgé Martín Uma família se vê obrigada a abandonar sua casa, despejada pelo banco, e viaja para outro lugar em busca de uma via melhor. Ao final da travessia, essa família descobre que onde chegaram não é um paraíso; seus habitantes lhe insultam e lhe rejeitam como intrusos, não encontram uma casa onde morar, não há muito trabalho e os salários são tão miseráveis que não permitem que vivam com dignidade:  “Imagine que você precisa de gente para um serviço qualquer e que só aparece um homem a querer pegar nesse serviço. Então você tem de lhe pagar o que ele exigir. Mas se, em vez de um, aparecerem cem homens... (...). Suponha que há cem homens a querer esse emprego. Esses cem homens têm filhos e os filhos têm fome. Suponha que uma moeda de dez centavos chega para comprar qualquer coisa aos pequenos. E são cem homens. Você oferece-lhes uma tuta e meia e vai ver: matam-se uns aos outros para ganhar essa ninharia. Sabe quanto me pagaram no último tra...

A mão

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Era a mão tão próxima de mim à distância de um toque na noite E desejei à noite adentrar por dentro mim entre mãos minhas e dele E por que não toco? a noite é espessa e a distância de um toque um abismo impossível Deixa ela onde posso abismá-la * Acesse  o e-book  Palavras de pedra e cal  e leia outros poemas de Pedro Fernandes.

Nove filmes com o tema das Guerras Mundiais

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Ben Affleck em cena de Pearl Harbor Em 6 de junho de 1944, numa gigantesca operação militar que seria imortalizada com o nome em código de Dia D, milhões de combatentes mobilizados pelos aliados libertaram a França da dominação nazista. Foi o maior confronto da Segunda Guerra Mundial. O episódio foi contado, em rigorosamente todos os idiomas, em montanhas e páginas de livros, jornais e revistas. Também inspirou, a exemplo de outras batalhas travadas ao longo do conflito, numerosos filmes. Destaco algumas das maiores produções cinematográficas sobre ou que tenha temática sobre esse que foi o mais sangrento confronto da História. O mais longo dos dias , 1962 . A versão original em preto e branco narra os acontecimentos do Dia D. Adota tom documental e mostra o que houve do ângulo dos vários exércitos envolvidos. O filme não fixa-se em apenas uma personagem e o que se assiste é uma procissão de grandes estrelas. Patton, rebelde ou herói? , 1970. Este ganhou sete estatuetas...

16 títulos indispensáveis: a literatura e as memórias de uma guerra

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A Segunda Guerra Mundial foi um dos marcos assustadores de até onde podem ir os limites da maldade do ser humano. Quase todos os países do globo envolveram-se de uma forma ou de outra no conflito. Foram cerca de 60 milhões entre soldados e civis mortos nos confrontos e 6 milhões de judeus exterminados no pior genocídio da humanidade. Um conflito tão vasto, tem também um campo vasto de bibliografia sobre. Letras in.verso e re.verso toma por base os textos do dossiê Memórias da guerra , produzido pela antiga revista  Entrelivros ,   e destaca as obras literárias mais importantes que tratam do maior conflito do século XX. Ficção 1 – As benevolentes , de Jonathan Littell. O livro cujo título faz alusões às Erínias (ou Fúrias, as figuras mitológicas encarregadas de atormentar os criminosos e as chamadas por Ésquilo de “benevolentes” na Orestéia ) dá voz a um nazista convicto e cínico, Max Aue, que ao longo de 900 páginas, sem remorsos, registra os crimes e perversões...