Postagens

Os livros fundamentais segundo José Mindlin

Imagem
A primeira vez que li esse nome, foi quando da última edição de  Navegos , livro de Zila Mamede, cuja a orelha era assinada por ele; depois tive a oportunidade de assisti-lo em entrevista ao Programa da TV Cultura Roda Viva . Esse paulista com então 95 anos veio a falecer em 28 de fevereiro passado. O país perde, certamente um ícone, mas não deve perder o significado de quem foi José Mindlin: um apaixonado pelos livros, um leitor assíduo, um grande pensador. Sua paixão pelos livros só teve data de início -  treze anos de idade - e de lá para cá não parou. Lembro-me das peripécias que o bibliófilo contava no Roda Viva  a cata de seus livros raros. Seu primeiro livro foi Discours sur l'Histoire universelle , de Jacques-Bénigne Bossuet, edição de 1740. Deixou um acervo de mais 40 mil volumes, incluindo obras de literatura brasileira e portuguesa, relatos de viajantes, manuscritos históricos e literários (originais e provas tipográficas), periódicos, livro...

Aquela ida indevida ao cinema

Imagem
Por Pedro Fernandes Muita beleza para nada. Idas e vindas do amor , um símbolo de pura perda de tempo no cinema.  São muitos os filmes que assistimos; mas os que marcam de verdade são poucos. No meu estágio de leigo na sétima arte sempre digo que filme bom é o que de alguma forma incita-nos a pensar por outro ângulo o que é tido como supostamente corriqueiro. Isso é algo que tem sido pouco valorizado ultimamente na arte de contar histórias com imagens. As telas estão preocupadas, e mais agora com a ascensão do 3D, com filmes de muitos efeitos visuais e pouco ou quase nada de enredo. Apenas interessado no entretenimento para a vista. Além do rol desses filmes pobres de enredo e rico em efeitos visuais há ainda um outro: o dos filmes ricos em bestialidade mas que ainda assim por motivo desconhecido escapa com um bonzinho ; são divertimentos para dias quando estamos interessados pelo banal, afinal, qual mortal não já terá se dado ao desfrute de queimar algumas horas caras d...

Jorge Fernandes: o viajante do tempo modernista, de Maria Lúcia de Amorim Garcia

Imagem
Por Pedro Fernandes Jorge Fernandes. Foto: Arquivo do jornal Tribuna do norte . Jorge Fernandes: o viajante do tempo modernista  é para ser lido como o resultado de um esforço ou de uma paixão por uma obra ainda colocada à margem do cânone literário potiguar, muito embora, o nome do poeta seja sempre lembrado quando o assunto é tratar da integração do Rio Grande do Norte com o contexto literário derivado da Semana de Arte Moderna de 1922; contexto, aliás, que terá produzido seus abalos sísmicos em todas as regiões do Brasil, depois que os seus mentores viram no modernismo uma possibilidade de oferecer um modelo artístico e literário mais acertado com os limites de uma cultura nacional. Basta que se diga da quantidade de revistas dedicadas à poesia e à prosa (e aos costumes) surgidas quase a um só tempo que espaços como as revistas Antropofagia  e  Klaxon se constituíram no que passara a ser um novo centro irradiador da criação artística brasileira. A ta...

James Joyce in amostra fotográfica (caderno em PDF) e o Selo Letras in.verso e re.verso

Imagem
Entre os dias 05 e 10 de agosto de 2008, este blog manteve uma exposição virtual intitulada  Um retrato de Joyce in amostra fotográfica . O material foi elaborado na passagem do centenário da estreia literária do autor de  Ulisses. Foi em 1907 que James Joyce publicou  Chamber Music , um livro com trinta e seis poemas desenvolvidos à medida de progressão do amor entre o eu-poético e sua amada num tratamento de simulação de estilo à elisabetana com utilização de muitos arcaísmos linguísticos. Ora, esse tratamento referido por Ezra Pound, grande incentivador e primeiro leitor da obra de Joyce, como uma inovação derivada do simbolismo pelo ritmo, seria algo no qual o escritor trabalharia toda uma vida até alcançar sua síntese máxima em trabalhos como o já referido Ulisses ou mesmo Finnegans Wake , considerada sua obra mais radical.  Agora, quando se passam dois anos daquele evento (chamemos assim) acontecido nestas páginas, decidimos, a título de preservação da id...

Sherlock Holmes, de Guy Ritchie

Imagem
Por Pedro Fernandes Ele é a personagem mais famosa das mais famosas da literatura britânica; criada pelo médico e escritor Arthur Conan Doyle, Sherlock Holmes é um investigador do final do século XIX e início do século XX que aparece pela primeira vez no romance A Study in Scarlet ( Um estudo em vermelho ) editado e publicado originalmente pela revista Beeton's Christmas Annual , em novembro de 1887.  Pois, tantos anos mais tarde a personagem deixa novamente as páginas dos livros para ganhar cor e forma nas telas. Em 1922, isso já acontecera em filme; depois em 1970, no filme The private life of Sherlock Holmes ; e depois, em 1985, Young Sherlock Holmes . O Sherlock Holmes de 2010, do diretor Guy Ritchie, é leve, sem aquele peso sisudo e macilento ou sem aquele humor bestial e desleixado de outros filmes do gênero. Tudo isso preservando o perfil (até onde pude ler sobre, afinal nunca li a obra de Doyle) da personagem literária: o da dedução para o d...

O estágio em que ainda estamos

Imagem
Por Pedro Fernandes Em toda força militar (ou qualquer outro grupo social) há gays. Cena do filme Yossi & Jagger: delicada relação . As duas personagens  que dão título ao filme  são jovens soldados que atuam na fronteira entre Israel e o Líbano e  vivem uma história de amor proibida. Se casos como esses são comuns e naturais, há quem peça punição aos envolvidos. Essa semana, nas idas e vindas   pela internet, topo com uma constatação daquelas que vem sujar a cara pobre do Brasil. O portal de notícias Nominuto motivado pela declaração descabida do general Raymundo Nonato de Cerqueira Filho fez aos internautas o seguinte questionamento: Você concorda com a presença de gays nas Forças Armadas?  O Raymundão, indicado para uma vaga no Superior Tribunal Militar durante sabatina, na Comissão de Constituição e Justiça afirmara que a homossexualidade era um "desvio de comportamento" e que os gays deveriam "procurar outro ramo de atividade".  Os ...