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Sete escritores japoneses além de Haruki Murakami que você precisa conhecer

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Haruki Murakami é um dos escritores que goza de fama mundial graças a Best-Sellers como 1Q84 . Sem dúvida, sua popularidade é o motor que o faz ser sempre lembrado como o possível Prêmio Nobel de Literatura todos os anos. Mas, se o escritor pop revelou-nos a escrita japonesa, sua obra não é a única de seu país. Por isso, esta postagem, se não resolve o desconhecimento de grande parte do público leitor sobre a literatura japonesa, abre-lhe os olhos para outros importantes nomes – todos com obras em circulação pelo Brasil – fundamentais tanto ou mais que Murakami. Junichiro Tanizaki (1899-1972).  Estudou Literatura Japonesa na Universidade Imperial de Tóquio. Publicou seu primeiro trabalho em 1909, numa revista literária que ajudou a fundar. Sua obra de juventude revela forte influência de Edgar Allan Poe, Charles Baudelaire e Oscar Wilde. A partir de 1923, deixou-se absorver pela cultura de seu país e abandonou a inclinação ocidentalizante, vivendo nesse momento uma crise...

Miacontear - Os machos lacrimosos

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Por Pedro Fernandes Aproveitando a máxima de que homem não chora, tão em vigor nos cenários sociais onde a figura masculina deve se portar como um autêntico da espécime, Mia Couto subverte o ditado com este conto “Os machos lacrimosos”. Também subverte a ordem de que o sorriso muda o mundo. Em tempos de espalhados risos - em sua grande maioria falsos-risos - o autor de O fio das missangas vem lembrar que o que essa humanidade carece não é dentes à mostra, mas sim, de lágrimas. O cenário é o Bar de Makatuane, onde, periodicamente, se reúne um grupo de amigos para distribuir entre eles prosa e riso. Até que um deles, Luizinho Kapa-Kapa, “o grande animador dos encontros”, muda o cardápio da prosa por uma notícia tristonha. Que história é essa não sabemos, mas sabemos que seu tom leva toda a macharada às lágrimas.  O inusitado é que depois do secreto episódio, a prosa de lágrimas passar a ser lugar-comum e, nos encontros seguintes nenhum dos participantes quer sabe...

D de Drummond. Dia D

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A ideia simples. O efeito interessante e até fabuloso. Transformar um dia do ano para Carlos Drummond de Andrade, um dos nomes singulares da literatura brasileira. Assim como já fizeram para James Joyce com a criação de um 16 de junho celebrativo a Bloom, personagem de Ulysses , fazer o 31 de outubro, data de nascimento do poeta mineiro, num grande dia de comemoração, o Dia D. E a ideia é, conforme notifica a página do evento , um dia para ser vivenciado “nas escolas, universidades, livrarias, bares, museus, TVs, rádios, centros culturais e mesmo em solidão, não importa onde e como, que todos se lembrem de festejar Drummond e a sua poesia. Um outro dia D, para apagar a guerra e saudar a liberdade, a imaginação, a aliança entre os homens de boa palavra.” Na proposta espalhada na web pelo Instituto Moreira Salles (IMS), surge a possibilidade de leitores dedicar sua voz à leitura de versos do poeta maior (além de participar da extensa programação que será ofertad...

Charles Perrault: o lado secreto e obscuro dos contos infantis

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Charles Perrault por Lallemant Philippe (detalhe) Nascemos acreditando que a Chapeuzinho vermelho foi salva por um caçador de ser devorada pelo logo, mas há uma versão sobre o destino da popular menina dos contos infantis anterior que nossa geração não conheceu (leia no fim deste texto). Nela, na versão anterior escrita pelo francês Charles Perrault, a pobre menina termina devorada pelo lodo sem outro desfecho. Charles Perrault nasceu em 12 de janeiro em 1628. É o autor da versão original de muitos contos populares que a posteridade (e em muitos casos por culta de Walt Disney) tratou de adoçá-los.  “Chapeuzinho vermelho” não é o único caso. Tomemos, por exemplo, “Cinderela”. A versão popularizada da história pelos estúdios Disney fez feliz a humilde donzela que, pese o desprezo e maltrato sofrido por parte de suas meias-irmãs, terminava eleita pelo bonito príncipe para casar-se com ela. Se na animação as meias-irmãs da Cinderela simplesmente são castigadas por su...

História do cerco de Lisboa, de José Saramago

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Por Pedro Fernandes Edição de bolso recém publicada pela Companhia das Letras para História do cerco de Lisboa De braços levantados, com a corda que os ajudara a descer posta em redor do pescoço como sinal de sujeição e obediência, caminharam para o arraial, ao mesmo tempo que davam altas vozes, Baptismo, baptismo, acreditando na virtude salvadora duma palavra que até aí, firmes na sua fé, haviam detestado. De longe, vendo aqueles mouros rendidos, julgaram os portugueses que viessem negociar a própria rendição da cidade, embora lhes parecesse raro que não tivessem aberto as portas para eles saírem num obedecido ao protocolo militar prescrito para estas situações, e sobretudo, aproximando-se mais os supostos emissários, tornava-se notório, pelo esfarrapado e sujidade das roupas, que não se tratava de gente principal. Mas quando finalmente foi compreendido o que eles pretendiam, não tem descrição o furor, a sanha dementada dos soldados, baste dizer que em línguas, nariz...

A poesia de Wisława Szymborska está mais viva que nunca

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Wisława Szymborska. Foto: Kino Koszyk Quando Wisława Szymborska ganhou o Prêmio Nobel em 1996, demos conta de que não se sabíamos nada de sua vida; tampouco de sua obra. Uma das vias, no Brasil, encontra-se em fase de despertar. Há uma antologia de poemas da autora por aqui publicada. Mas, esse desconhecimento sobre a poeta não é algo exclusivo do nosso país; ela própria, aliás, terá contribuído para o seu não populismo . A Szymborska nunca lhe interessou aparições – eis uma das razões porque seu nome e sua obra ainda são incógnitas em redutos como o nosso. Para se ter uma dimensão disso, basta lembrar que até 1989, a poeta só havia concedido duas entrevistas. Número que não terá ampliado desde quando ingressou num universo de celebridades que o lugar de todo escritor quando recebe o maior galardão da literatura. Szymborska não gosta das perguntas comuns dos jornalistas e sempre diz que tudo o que queria dizer estava em sua poesia; além dela, não havia nada mais o que dizer. ...