DO EDITOR
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Mahmud Darwich. Foto: Denis Dailleux |
LANÇAMENTOS
A editora Tabla publica mais dois
novos livros da obra do poeta palestino Mahmud Darwich.
1.
Publicado originalmente
em 1995,
Por que você deixou o cavalo sozinho? marca um ponto de virada
na trajetória literária e política do poeta palestino Mahmud Darwich. É uma
obra profundamente lírica, que combina memória pessoal, identidade coletiva e
reflexão poética sobre o exílio e a perda. O título tem origem em uma pergunta
feita por uma criança ao pai durante a fuga da aldeia de Albirwe, no norte da
Palestina, quando os habitantes foram forçados a deixá-la em 1948, na ocasião
da Nakba. Assim, o cavalo simboliza o lar e a ligação com a terra natal. A
pergunta, aparentemente simples e inocente, carrega o peso de uma perda
irreparável. A obra é composta por uma sequência de poemas interligados que
formam uma narrativa poética da vida do autor. É possível acompanhar a evolução
do eu-lírico desde a infância, passando pela adolescência, até o amadurecimento
e a autocompreensão como poeta palestino no exílio. Um livro sobre a dor do
exílio, mas também sobre a beleza da resistência por meio da palavra. Considerado
uma das obras-primas de Darwich, este é também um dos livros centrais da
poesia árabe contemporânea. Tradução de Michel Sleiman.
Você pode comprar o livro aqui.
2. Publicado originalmente em
1964,
Folhas da oliveira é considerado o livro inaugural de Mahmud
Darwich, escrito quando o poeta tinha apenas 23 anos. A obra foi decisiva para
consolidar sua reputação como uma das vozes centrais da poesia palestina. O
título evoca a oliveira, símbolo ancestral da Palestina — da terra, da
permanência, da cultura camponesa e da identidade coletiva. Suas folhas
representam fragmentos de memória, pedaços de uma pátria esfacelada, mas ainda
viva na linguagem. Nos versos, Darwich expressa a dor e a esperança de um povo,
entrelaçando o íntimo e o político — traço que marcaria toda a sua obra.
Folhas
da oliveira apresenta uma poesia direta, de vocabulário acessível e intensa
carga emocional, voltada principalmente ao povo palestino. Muitos desses poemas
foram musicados e se tornaram hinos populares de resistência. Uma leitura
essencial para conhecer o nascimento da voz poética de Darwich e o início de
sua trajetória até se tornar um grande nome da poesia universal. A tradução é de
Alexandre Facuri Chareti.
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Livro reúne as crônicas que
Elvira Vigna publicou entre os anos de 1999 e 2016 na imprensa.
Elvira Vigna se sagrou entre os
nomes fundamentais da ficção contemporânea; ela foi também uma das vozes mais
inteligentes e combativas do feminismo brasileiro.
Morrendo de rir
reúne, pela primeira vez, as dezenas de crônicas que a autora publicou entre os
anos de 1999 e 2016 em veículos como
O Estado de S. Paulo e a revista
Pessoa.
Na mira da cronista, as veleidades do ambiente literário, da política nacional,
do meio editorial e do mundo das artes. Considerações sobre arte e economia,
machismo e violência, literatura e acesso à leitura, relatos de suas
itinerâncias como escritora, breves ensaios cômico-filosóficos, tudo numa prosa
direta, contida e, ao mesmo tempo, hilariante. Publicação da Arquipélago
Editorial.
Você pode comprar o livro aqui.
Vencedor do Prêmio Goncourt de
primeiro romance, Repatriação
narra uma saga afro-atlântica em busca do
próprio passado.
Filha de um trabalhador franco‑italiano
exilado e de uma jovem aldeã congolesa, Annabella Morelli é marcada pelo
abandono da mãe: uma mulher que decidiu deixar a família na noite de Natal. A
menina cresce então à sombra do pai e de seus abusos, migrando entre vários
países africanos. Teve uma infância recortada. Aos 23 anos, vive em Lyon, na
França, estuda literatura e se considera órfã: a mãe, contaram-lhe, morrera
após sair de casa, e o pai, com quem rompera contato, não existia mais para
ela. Até que a morte se torna real. E não há espaço para reconciliação. Tudo o
que ela tem é um corpo, morto num canteiro de obras, que deve ser repatriado da
África para a Europa. Baseado na história da autora,
Repatriação explora
cicatrizes da infância, bem como a brutal passagem para a vida adulta. É também
um retrato do colonialismo contemporâneo, onde europeus, exilados de seus
países e famílias, buscam no continente africano outra espécie de salvação,
seja um trabalho em uma multinacional ou viver livremente suas perversões.
Publicação da Companhia das Letras; tradução de Diogo Cardoso.
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Livro finalista do Prêmio
Goncourt de Biografia renova a vida intensa, inesquecível e viva de Frida Kahlo.
Com um corpo marcado pela dor, uma
vida de paixões e sofrimentos, e uma força criativa única, Frida Kahlo
tornou-se uma figura essencial da arte e da cultura. Neste retrato
profundamente sensível e vívido, Gérard de Cortanze, um dos maiores
especialistas em sua obra, nos conduz por detalhes tão vividos quanto os
quadros da artista. Página a página revelando a intimidade de sua existência e
criação artística como nunca. Acompanhamos os passeios de Frida, as conversas
com Diego Rivera e os desenrolares do seu envolvimento com Trótski, ouvimos sua
voz questionadora, seus cantos e juramentos. De forma comovente e intensa, o
autor nos apresenta suas reflexões sobre o México, a religião, a morte e a
origem de tudo que nos cerca. Desvendando toda a beleza terrível de seu
universo. Pois Frida Kahlo só pintava o que vivia. Gérard de Cortanze, autor de
mais de noventa livros traduzidos em vinte e cinco idiomas e vencedor de
prêmios literários como o Renaudot, é reconhecido mundialmente como
especialista em Frida Kahlo.
Viva Frida, síntese de décadas de fascínio,
foi finalista do Prêmio Goncourt de Biografia em 2023. Publicação da editora
Planeta.
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A hora da estrela
, um dos romances
mais conhecidos de Clarice Lispector em quadrinhos.
Obra indelével do cânone da
literatura brasileira, publicada em 32 idiomas,
A hora da estrela é
plural e contraditória: poética e realista, enigmática e cristalina. Adaptada
para os quadrinhos pela primeira vez, a obra veste aqui novas cores com o
roteiro certeiro de Leticia Wierzchowski, autora de
A casa das sete mulheres,
e a arte sensível de Line Lemos, que com primor a traduziram para esta nova
linguagem. Tanto entusiastas da obra clariceana quanto novos leitores serão
arrebatados por esta releitura única, ao mesmo tempo fiel e transformadora ―
múltipla, como a própria Clarice. Publicação da Editora Rocco.
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Novo livro de Yasmina Reza no
Brasil conduz o leitor a uma história em que os fios do cômico e do trágico constituem
um perverso vaudeville.
Em um lugar chamado
Deuil-l’Alouette, um lugar qualquer na periferia de Paris, uma mulher qualquer,
com um bom trabalho, um marido, um filho, uma irmã e vizinhos, se deixa
envolver, ao longo de uma estranha noite de quase primavera, em uma situação
que pode lhe custar muito caro. Por afetuosa solidariedade com um homem sobre o
qual pouco sabe, exceto que está sozinho, profundamente sozinho. Ou talvez
porque, de repente, sente vontade, ainda que por uma hora, de respirar fora da
sufocante banalidade do cotidiano, de se aventurar
on the wild side — de
mergulhar em uma “dimensão de trevas”. Com sua habitual e surpreendente
maestria, Yasmina Reza conduz os fios de uma história onde o cômico e o trágico
se misturam de forma inextricável, como em uma espécie de perverso
vaudeville.
Ela dá voz às angústias mais secretas e encena seu mordaz teatro da crueldade,
explorando mais uma vez aquele espaço de cumplicidade e monstruosidade que pode
surgir dentro de um casal. Além disso, nos lembra que — assim como os judeus que
“às margens dos rios da Babilônia” sentavam e choravam “pela lembrança de Sião”
— cada um vive em exílio: de si mesmo, do que gostaria de ter sido e dos
outros. Tradução de Debora Fleck;
Babilônia é uma publicação da editora Âyiné.
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A ficção de Anabela Mota
Ribeiro.
Após a morte de um conhecido
psicanalista, sua filha única encontra entre seus papéis e cadernos de trabalho
o diário de uma paciente, Ester. A leitura que começa movida pela curiosidade
logo torna-se uma obsessão, um canal de contato com o próprio pai e também de
identificação com sua paciente. Nessas páginas íntimas, Ester narra os dias de
confinamento, a descoberta de um câncer, a impossibilidade de ser mãe.
O
quarto do bebê, que ela arruma em sua casa, nunca abrigará uma criança. Mas
é ali que se dá a descoberta da escrita como cura e criação. O lugar em que
nasce e vive a literatura. O livro é publicado pela editora Bazar do Tempo.
Você pode comprar o livro aqui.
Um dos mais brilhantes críticos
e ensaístas em atividade no Brasil traça caminhos que conectam música e
literatura, revelando novas perspectivas sobre nossa experiência cultural e
política.
Ensaísta de mão cheia — além de
compositor, pianista e cantor —, José Miguel Wisnik apresenta em
Viagem do
recado uma visão original sobre nossa experiência cultural e política. Esta
reunião de alguns de seus melhores textos dialoga com sua biografia,
percorrendo fases que vão do estudante e concertista de piano ao pesquisador e
livre-docente em literatura, tendo por base, principalmente a partir da
juventude, uma identificação profunda com a canção popular brasileira. Wisnik
escreve sobre figuras como Villa-Lobos, Mário de Andrade, Chopin, Tom Jobim,
Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque, além de fazer discussões mais
amplas sobre a música no Brasil. Sua perspectiva analítica é rara: nela, os
sentidos emergem do que há de musical no objeto analisado, mesmo em passagens
aparentemente circunscritas ao mundo da literatura. É o que acontece nas
análises do conto “O homem célebre”, de Machado de Assis, e no ensaio inédito
sobre “O recado do morro”, de João Guimarães Rosa, que narra a formação de uma
canção e se apresenta como ponto de arrebentação de muitas das inquietações
musicais, literárias, cosmopolíticas e metafísicas que atravessam a trajetória
do autor. Publicação da Companhia das Letras.
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Mais do pensamento de Platão em
nova tradução para os leitores brasileiros.
Existe vida após a morte? A nossa
alma é imortal? A virtude de uma pessoa em vida pode influenciar o que virá
depois? Todas essas questões existenciais permeiam um dos mais famosos diálogos
de Platão. Um acontecimento dramático serve de ponto de partida para este
clássico central à cultura e filosofia grega: Sócrates está às vésperas de sua
morte, após ter sido condenado a beber veneno. Platão, seu discípulo, recria
esse momento angustiante e belo em uma série de discussões dialéticas. Nesta
nova tradução, ao mesmo tempo rigorosa, que leva em conta séculos de estudos
platônicos, e acessível, com uma fluência para leitores não versados em
filosofia,
Fédon se revela como uma obra-prima do debate e da reflexão
metafísica. Tradução de Gabriele Cornelli; publicação da Penguin/ Companhia das
Letras.
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REEDIÇÕES
Romance de estreia de Tatiana
Salem Levy e vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura, A chave de casa
ganha
nova edição com orelha e posfácio inéditos de Diana Klinger e Natalia Timerman.
Em seu premiado romance de estreia, Tatiana Salem Levy apresenta os traços
estilísticos e a originalidade literária que a consagraram como uma das mais
promissoras escritoras da literatura brasileira contemporânea. A
personagem-narradora, neta de judeus turcos, recebe do avô a chave da antiga
casa da família em Esmirna, Turquia. A busca pelas raízes e pela herança
familiar se desenrola no limiar entre realidade e ficção. O intenso fluxo de
memórias é condensado para se transformar em uma narrativa composta por
diversas vozes que se complementam.
A chave de casa é uma obra que evoca
a memória e os sentidos ao abordar o exílio, a dor do luto, a paixão e,
sobretudo, o lugar da escrita diante da complexidade do real. Publicação da
editora Record.
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Romance de estreia de Lima
Barreto, Recordações do escrivão Isaías Caminha
apresenta o drama de um
jovem negro que vive no pós-abolição da cidade do Rio de Janeiro. Com
apresentação de Felipe Botelho Corrêa e posfácio de Jorge Augusto.
Sonhador, sensível e inteligente,
Isaías é um jovem pobre que acredita no Brasil recém-republicano e na ascensão
social por meio da educação, que pavimentaria o caminho para a sua redenção em
relação aos estigmas racistas. Saindo de uma cidadezinha do interior do Rio de
Janeiro, vislumbra um lugar ao sol na metrópole carioca, onde sonha tornar-se
mais um rapaz a desfilar com um anel de doutor e ter o respeito de todos. O que
ele descobre é que, a despeito de suas virtudes, nem mesmo para ser padeiro ele
serve numa cidade voltada ao progresso, onde as elites e o Estado desejavam uma
“população catita, limpinha, elegante e branca”. Solitário e desamparado,
Isaías se revolta contra a violência racial, ao mesmo tempo que reconhece que
seus esforços são inúteis numa sociedade movida por privilégios e favores, na
qual ele não passa de mais um “mulatinho”.
Sem vez e voz nos rumos da modernidade
brasileira, Isaías encontra em suas recordações, escritas na maturidade de quem
viu todos seus projetos pessoais se esvaírem, uma possibilidade de reencontro
com sua humanidade massacrada pelo racismo. Assim, representa todo um povo que
ainda não cabia como sujeito na literatura tampouco na universidade, mas que
nunca deixou de sonhar. A nova edição sai pela coleção Clássicos da Zahar.
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RAPIDINHAS
Mário de Andrade e Frederico
Paciência. O conto publicado em 1947 ganha uma edição independente com
tiragem artesanal e limitada pela Pomo Editora. A narrativa acompanha o amor homoafetivo
entre dois adolescentes.
Um novo título da Coleção
Clássicos Vintage. Publicada pela editora Bandeirola, a antologia
Apocalipse,
organizada por Camilla Cattarulla e Giorgio de Marchis reúne contos de Roberto
Arlt, Aluísio Azevedo, Leopoldo Lugones, Joaquim Manuel de Macedo e Amado Nervo
com tema centrado no fim do mundo. Edição aberta para apoio
via Catarse.
Primeira exposição sistemática
do haicai em língua portuguesa. Sai a quarta edição pela Editora Unicamp do
livro organizado por Paulo Franchetti e Elza Taeko Doi. Desta vez, além dos
ensaios e da antologia conhecidas nas edições anteriores,
Haikai: antologia
e história traz dois novos textos derivados dos desdobramentos das pesquisas
realizadas pelos autores.
Ainda o haicai por Paulo Franchetti.
A Ateliê Editoral aproveita e reedita
Oeste. Publicada em 2007, esta é
uma antologia de haicais que sai, agora, com uma seção inédita: os diários de
viagem que deram origem a duas partes do livro.
O novo romance de Luciano Brito.
Depois da reveladora estreia há quatro anos com
Fortaleza (Cepe
Editora), o escritor cearense publica pela editora Machado
As falésias. O
romance
refaz um dia das férias de uma família na Praia Vermelha, Rio Grande do Norte,
em 1999.
DICAS DE LEITURA
1.
Ninguém acendia as lâmpadas,
de Felisberto Hernández
(Trads. Hugo Lorenzetti Netto, Laura Rossini dos
Santos, Editora Coragem, 198p.) Um livro para os deslumbrados pelo
contemporâneo, que chamam inovação objetos e elementos inanimados ganharem o
estatuto de protagonistas. Contos em que tudo rompe com o que encaramos como
normal.
Você pode comprar o livro aqui.
2.
As tentações de Santo Antão,
de Flaubert (Trad. Luís de Lima, Iluminuras, 256p.) A história de um eremita
torturado por fantasmas e alucinações que colocam à prova a autenticidade da
sua fé a firmeza das suas resoluções. A obra que obcecou seu autor boa parte da
vida.
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3.
Fada, de Dyonélio
Machado (Editora Zouk, 262p.) Uma história de amor ambientada na campanha
gaúcha e situada entre o fantástico e o imaginário local em que os jovens amantes
buscam romper com os ditames patriarcais.
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BAÚ DE LETRAS
Gaël Faye regressa ao Brasil para
a publicação de seu novo romance,
Jacarandá, pela Editora 34. Bom, o
livro com o qual recebeu o Prêmio Renaudot em 2024 ainda não chegou aqui, mas
cabe lembrar a resenha do excelente
Meu pequeno país, que saiu no
Letras
em maio de 2020.
Em 2021, numa sequência de resenhas de obras destacadas da literatura brasileira, Pedro Fernandes dedicou
este texto ao agora reeditado
Recordações do escrivão Isaías Caminha, como referido, o primeiro romance de Lima Barreto.
DUAS PALAVRINHAS
Um poema sempre se faz num estado
de inquietação.
— Mario Quintana
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