Boletim Letras 360º #660
DO EDITOR
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László Krasznahorkai. Foto: Colin McPherson |
LANÇAMENTOS
Chega aos leitores brasileiros Os itálicos são meus (1966), um dos principais registros da primeira onda da emigração russa, ocorrida logo após a Revolução de 1917 até meados dos anos 1920, e escrito por uma de suas representantes mais notáveis, a escritora e poetisa Nina Berbérova (1901–1993).
Berbérova nasceu em São Petersburgo e, realocando-se por diversas cidades, permaneceu na Rússia até 1922, quando deixou seu país de origem e migrou para a Europa ao lado de seu primeiro marido, o poeta Vladisláv Khodassiévitch (1886–1939), com quem passou temporadas na Alemanha, Tchecoslováquia e Itália. A partir de 1925, fixou residência em Paris, onde viveu por mais de duas décadas, até se mudar definitivamente para os Estados Unidos, em 1950. No período europeu de sua vida, principalmente no parisiense, ela participa ativamente das esferas culturais da emigração russa, convive com importantes escritores, poetas, críticos e mesmo figuras públicas, como Ivan Búnin, Zinaída Guíppius, Maksim Górki, Aleksándr Kiérenski, Aleksándr Kuprin, Roman Jakobson, Vladímir Nabókov, Marina Tsvetáieva. Nos Estados Unidos, aonde chega com duas malas, setenta e cinco dólares e sem falar inglês, Berbérova reinventa sua vida e conhece um núcleo novo de russos emigrados. Além de narrar a sua trajetória e a de seus pares, ela relata grandes eventos da história que vivenciou, como a Revolução Russa e as duas Guerras Mundiais. Seus testemunhos, por vezes líricos, sempre intensos, revelam uma escritora comprometida com a própria liberdade e com a literatura, na qual nunca deixou de encontrar um sentido de existência, apesar dos constantes bombardeios que presenciou (literal e metaforicamente). Os itálicos são meus, dividido em sete capítulos, apresenta as raízes da autora na Rússia tsarista; depois acompanha o crescimento da jovem no período pré-revolucionário e todo o desdobramento da Revolução Russa — inclusive a fome e a Guerra Civil. No período europeu de sua vida, no Entreguerras, descreve a forma como se organizou culturalmente a intelligentsia russa que perdera contato com sua terra natal, delineando um quadro fascinante e comovente de vidas despedaçadas em busca de um destino e de um senso de pertencimento. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, o relato mostra os efeitos desse conflito no cotidiano de pessoas comuns e o cenário de vazio e ruína deixado por ele. Em solo norte-americano, a escritora chega à fase madura e faz um balanço de sua vida, até então, ao mesmo tempo que encontra novos rumos para si mesma, lecionando russo na Universidade Yale e, depois, literatura russa na Universidade Princeton.
Com tradução de Aurora Fornoni Bernardini, Irineu Franco Perpetuo e Moissei Mountian, o livro sai pela editora Kalinka. Você pode comprar o livro aqui.
Um romance epistolar de um dos mestres do Formalismo Russo.
Exilado em Berlim nos anos 1920 junto com muitos outros artistas e escritores russos, Viktor Chklóvski (1893-1984), um dos principais teóricos do Formalismo Russo, apaixonou-se pela jovem escritora Elsa Triolet e passou a lhe enviar cartas diariamente. Ela aceitou as cartas, impondo uma única condição: que elas não falassem de amor. Zoo, ou cartas não de amor (1923) é o genial romance epistolar resultante dessa correspondência. Num verdadeiro surto criativo, Chklóvski recorre aos mais variados assuntos e formas literárias para lidar com a proibição, mas, não obstante, a paixão reprimida se insinua a todo momento por entre as linhas desta prosa ágil, divertida e emocionada. Inédito no Brasil, Zoo traz a criteriosa tradução de Vadim Nikitin, que se baseou na última edição revista pelo autor, de 1966, e inclui uma introdução do crítico e tradutor Richard Sheldon e um perfil biográfico de Elsa Triolet. Publicação da Editora 34. Você pode comprar o livro aqui.
Um marco na chamada literatura da Era Jazz ganha edição e tradução brasileiras.
Um marco na chamada literatura da Era Jazz ganha edição e tradução brasileiras.
Patricia acreditava em amor, sinceridade e independência em termos iguais. Mas, quando o casamento desmorona, ela precisa enfrentar o que é ser uma mulher sozinha num mundo que julga com rapidez, mas é lento ao perdoar. Ex-esposa, de Ursula Parrott foi um estrondo quando publicado anonimamente em 1929; chocou os leitores da Era do Jazz com o seu retrato franco e nada sentimental do amor, do sexo e do divórcio e ainda é capaz de causar forte impacto quase um século depois. Publicação da editora Tordesilhas. Você pode comprar o livro aqui.
O terceiro romance do escritor Prêmio Nobel de Literatura de 1986 Wole Soyinka.
Uma investigação envolvente, satírica e multifacetada da sociedade nigeriana contemporânea. Para além da originalidade estilística, marca indelével da produção ensaística e dramatúrgica de Wole Soyinka ― e que lhe valeu o prêmio Nobel de Literatura em 1986 ― o romance oferece uma longa e sub-reptícia meditação sobre a vida do autor. Quatro jovens nigerianos voltam para seu país de origem depois de anos estudando na Europa. Chegam imbuídos do ideal de contribuir com a reconstrução da nação no período pós-colonial, mas se deparam com uma sociedade na qual corrupção, violência e hipocrisia são a moeda corrente. Se não é isso o que esperamos da “terra das pessoas mais felizes do mundo”, as semelhanças com a Nigéria natal de Wole Soyinka não são mero acaso. Desde a independência, o país se viu às voltas com golpes de Estado, ditaduras militares, fanatismo religioso e ressentimentos endêmicos alimentados pelo legado da dominação colonial. Crônicas da terra das pessoas mais felizes do mundo é apenas o terceiro romance de Wole Soyinka, em mais de sessenta anos de carreira. É uma obra complexa, densa, no qual o autor se debruça de forma impiedosa sobre a formação de seu país, e deixa claro por que se tornou uma figura pública proeminente, cuja produção intelectual é indispensável para pensar os destinos da África e do mundo. Tradução de Karen de Andrade; publicação da Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
A obra completa de Ricardo Reis ― em prosa e poesia ― reunida pela primeira vez em um só volume, com textos inéditos e a edição rigorosa de Jerónimo Pizarro e Jorge Uribe.
Obra completa de Ricardo Reis reúne pela primeira vez toda a prosa e toda a poesia do primeiro heterônimo criado por Fernando Pessoa. O volume, que integra a Coleção Pessoa na Tinta-da-China Brasil, inclui textos inéditos de Ricardo Reis, novas leituras dos versos e da prosa, além de imagens dos manuscritos. Com edição rigorosa de Jerónimo Pizarro e Jorge Uribe, paratextos e estabelecimento de texto, o leitor brasileiro terá acesso a grandes obras de Reis ― como as famosas Odes e o prefácio aos poemas de Alberto Caeiro ― na grafia original de Pessoa. Tudo isso embalado em capa dura serigrafada, com a arte inconfundível de Vera Tavares. Você pode comprar o livro aqui.
Nova edição e tradução de Memórias do subsolo, de Dostoiévski, livro que inaugura a literatura do homem moderno através de um mergulho na mente de um narrador que se debate entre o orgulho e a autodestruição.
Em meados do século XIX, um funcionário aposentado de São Petersburgo escreve suas confissões. Amargo, contraditório, lúcido, ele se apresenta como um “homem doente” que encontra prazer no sofrimento e no fracasso. Entre digressões filosóficas e lembranças de humilhações, suas memórias revelam a luta contra o racionalismo, a recusa em aceitar leis universais e a busca desesperada por afirmar uma individualidade que só se expressa em paradoxos. Mais do que um pequeno romance, Memórias do subsolo é um experimento literário: Dostoiévski põe em cena o primeiro “anti-herói existencial”, antecipando debates que ecoaram em Nietzsche, Sartre e Camus. A cada página, o leitor é convocado a encarar o abismo de uma mente que faz da dor um espelho e a se perguntar se também não habita esse subsolo. A edição da Antofágica conta com tradução direta do russo de Francisco de Araújo e artes a óleo de Kandro (André Albuquerque). A apresentação é assinada por Yuri Al’Hanati e os posfácios reúnem análises de Claudia Chigres, Raul Arthuso e Flávio Ricardo Vassoler, que iluminam os desdobramentos filosóficos e literários desta obra que mudou para sempre a forma de narrar a subjetividade. Você pode comprar o livro aqui.
Uma meditação profunda sobre o silêncio que cerca as histórias de imigração dentro e fora da Ásia.
Há pouco mais de um século, os avôs de Tash Aw partiram de barco do sul da China e se estabeleceram no interior da Malásia, sem nada nas mãos além de um pedaço de papel com um nome ou um endereço que os levaria para uma vida melhor em um país desconhecido. Hoje um renomado escritor, Aw deixou a Malásia para estudar em Cambridge, viajou ao redor do mundo e vive no continente europeu. Quando está em cidades como Tóquio ou Bangkok, é confundido com um local, por causa de seu rosto “neutro”. “Com frequência, eu desisto quando percebo que vai ser muito complicado explicar de onde eu venho e quem eu sou. Às vezes apenas finjo ser aquilo que a outra pessoa pressupõe que eu seja. Às vezes sou de Xangai. Às vezes sou de Taiwan”, afirma. Dividindo o livro em duas partes, Tash Aw questiona a própria identidade e o seu passado familiar. O resultado é esta obra multifacetada, que ecoa passado e presente, oriente e ocidente, comunidade e individualidade, para criar um livro único e que ressoa longamente após o fim da leitura. Tradução de Marcela Lanius; Estranhos no cais: retrato de uma família sai pela editora Todavia. Você pode comprar o livro aqui.
REEDIÇÕES
A correspondência familiar de Clarice Lispector em edição revista e ampliada.
Clarice viveu no exterior durante mais de quinze anos, acompanhando o marido diplomata, enquanto suas irmãs permaneceram no Brasil. Mais do que irmãs, eram amigas inseparáveis, apoiando-se desde a ausência da mãe, que partiu prematuramente. As cartas que trocavam eram a forma de manter a conexão, em uma época sem a facilidade das comunicações modernas. Essa troca resultou em uma correspondência refletida nas 120 cartas que revelam a estreita ligação entre Clarice, Elisa e Tania.
Sua correspondência também reflete um período histórico significativo, como a Segunda Guerra Mundial, quando Clarice se tornou uma testemunha dos eventos, transitando de Nápoles, marcada pelo conflito, para a calma Berna e a vibrante Washington do pós-guerra. O livro Minhas queridas, de 2007, organizado por sua biógrafa, Teresa Montero, evidenciou este lado de Clarice. Agora, neste Minhas queridas e outras cartas, conhecemos seus cuidados maternais. Como definiu a própria autora, “nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos”. Publicação da Rocco. Você pode comprar o livro aqui.
Sua correspondência também reflete um período histórico significativo, como a Segunda Guerra Mundial, quando Clarice se tornou uma testemunha dos eventos, transitando de Nápoles, marcada pelo conflito, para a calma Berna e a vibrante Washington do pós-guerra. O livro Minhas queridas, de 2007, organizado por sua biógrafa, Teresa Montero, evidenciou este lado de Clarice. Agora, neste Minhas queridas e outras cartas, conhecemos seus cuidados maternais. Como definiu a própria autora, “nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos”. Publicação da Rocco. Você pode comprar o livro aqui.
O oitavo volume do Ciclo Tragédia Burguesa, de Octavio de Faria.
Sob a superfície do decoro, uma sociedade de mentiras continua a encenar seus papéis. Branco, Silvinha e Renata vivem à sombra de promessas vazias, enquanto a piedade se reduz à convenção, o amor se confunde com desejo, e o sagrado se encena sem fé. Tudo parece estar no lugar, mas o que resta é abandono. Alguns, ainda conscientes, sentem o peso da farsa e tentam resistir. A maioria, porém, sorri, brinda, segue adiante como se a festa fosse real, como se a ruína já não estivesse instalada. Tudo está consumado, mas ninguém ousa nomeá-lo. E é justamente nesse silêncio cúmplice, nessa aceitação tranquila da falsidade como existência, que se vislumbra, com nitidez cruel, O retrato da morte. Publicação da editora Sétimo Selo. Você pode comprar o livro aqui.
Nova edição de Quantas madrugadas tem a noite, de Ondjaki.
Dois homens se encontram num bar de Luanda e pedem uma cerveja. Um deles começa a contar uma história curiosa, repleta de reviravoltas: envolve um morto, duas viúvas, um cão que todos temem, abelhas regidas por uma mulher e muito mais. Para avançar, porém, é preciso molhar as palavras, então pedem mais uma garrafa. E outra. E assim, quanto mais os dois adentram a madrugada, mais o que se conta flerta com o absurdo. O resultado disso é uma narrativa cheia de humor e com um estilo único. Publicação da editora Dublinense. Você pode comprar o livro aqui.
PRÊMIO LITERÁRIO
László Krasznahorkai, Prêmio Nobel de Literatura 2025.
László Krasznahorkai nasceu em Gyula, na Hungria, a 5 de janeiro de 1954. Seu interesse pela literatura avança depois de concluir a formação em direito quando se interessa pela obra de Sándor Márai e quando passa a colaborar para uma editora em Budapeste, ainda nos anos universitários. Em 1985 publica Sátántangó, romance que alcança um enorme sucesso, o coloca na vanguarda de seu país e o projeta internacionalmente. Depois disso, vieram títulos que somam mais de duas dezenas e incluem romance, conto e novela. A Academia Sueca assinala “sua obra convincente e visionária que, em meio ao terror apocalíptico, reafirma o poder da arte”. Krasznahorkai é o segundo autor do seu país a receber o Nobel de Literatura — em 2002, Imre Kertész também foi contemplado com o galardão. O júri destacou ainda que Krasznahorkai é “um grande escritor épico na tradição da Europa Central que se estende de Kafka a Thomas Bernhard e é caracterizado pelo absurdismo e pelo excesso do grotesco”.
Ana Paula Tavares, Prêmio Camões 2025.
Ana Paula Tavares nasceu em Lubango, Angola, em 1952. Sua estreia na literatura acontece com Ritos de passagem (1985). Depois vieram O sangue da Bunganvilia (1998), O lago da lua (1999), Dizes coisas amargas como os frutos (2001), Ex-votos (2003), Manual para amantes desesperados (2004), entre outros. O comunicado divulgado pelo júri destaca “a fecunda e coerente trajetória de criação estética e, em especial, o seu resgate de dignidade da poesia”. Sublinha ainda o seu “lirismo sem concessões evasivas” e o compromisso livre na prosa, além da “relevante dimensão antropológica em perspetiva histórica”. Em 37 anos de história do prêmio que une Portugal e Brasil foram distinguidas outras oito mulheres; os dois países também detêm o maior número de premiados 14 e 15, respectivamente. Da África de língua portuguesa, além de Ana Paula Tavares, o Camões foi atribuído a três personalidades literárias de Moçambique, duas de Cabo Verde e três de Angola.
RAPIDINHAS
A poesia inédita de José de Alencar. A Edusp publica um livro organizado por Wilton Marques que reúne estudo e antologia com poemas do autor fundamental para a formação da literatura brasileira; são textos que ficaram esquecidos em jornais e livros e um conjunto de inéditos recuperados do espolio do escritor.
A poesia essencial de Carlos Drummond de Andrade. A Record marca o mês de celebrações do nascimento do poeta mineiro para colocar uma edição de luxo de uma caixa com cinco títulos considerados essenciais da sua obra: Alguma poesia, Sentimento do mundo, José & novos poemas, A rosa do povo e Claro enigma.
Mais László Krasznahorkai 1. Com sempre acontece, o anúncio do Nobel de Literatura chega com uma lista de previsões de novos títulos do autor premiado. A Companhia das Letras que largou na frente ao publicar o principal livro de Krasznahorkai por aqui anunciou outros dois títulos.
Mais László Krasznahorkai 2. Ficou prometido já para o começo de 2026, O retorno do Barão Wenckheim, com tradução de Zsuzsanna Spiry e Herscht 07769, o romance mais recente do escritor húngaro que, aliás, sai neste mês em Portugal.
A poesia de H. D. Considerada um dos nomes fundamentais do modernismo para a literatura de língua inglesa, é um segundo título com sua obra a sair no Brasil; desta vez, uma seleção de poemas conduzida por Camila de Moura, também tradutora, reunida em Eurídice e outros poemas para o Círculo de Poemas/ Editora Fósforo.
OBITUÁRIO
Morreu Ivan Klíma.
Ivan Klíma nasceu em Praga no dia 14 de setembro de 1931; seu sobrenome foi adotado pela família depois da guerra, porque soava menos alemão — ele e o restante da família foram prisioneiros do campo de concentração Terezín entre 1941 e 1945, quando libertos pelo Exército Vermelho. Este é um período que marca profundamente a obra do escritor, como a série de artigos que compôs para a revista britânica Granta. Mais adiante, filiou-se ao Partido Comunista da Tchecoslováquia, afastando-se tão logo o endurecimento do regime que culminou novamente na prisão do pai; na invasão soviética de seu país, Klíma se encontrava em Londres e dois anos depois, no regresso, teve passaporte aprisionado e iniciou a atividade literária clandestina. É este outro dos traumas que constituiu tema de sua obra. Entre os livros publicados no Brasil estão Nem santos nem anjos e Amor e lixo, traduzido duas vezes — uma pequeníssima parte para quem publicou mais de duas dezenas de títulos, que além romances, somam ensaios, peças de teatro, memórias e poemas. Em 2002, recebeu o Prêmio Franz Kafka; oito anos adiante, o mais importante reconhecimento no seu país, o Prêmio Magnesia Litera. Ivan Klíma morreu na sua cidade natal no dia 4 de outubro de 2025.
DICAS DE LEITURA
1. A canção do profeta, de Paul Lynch (Trad. Rogerio W. Galindo, DBA, 304p.) Eilish vê o marido ser intimado e interrogado por membros da polícia secreta do governo e enquanto o totalitarismo avança na Irlanda, ela tenta proteger a família enquanto espera a possibilidade de escapar do país. Você pode comprar o livro aqui.
2. Destinatário desconhecido: uma antologia poética (1957-2023), de Hans Magnus Enzensberger (Trad. Daniel Arelli, Círculo de Poemas; Editora Fósforo, 224p.) A mais ampla reunião de poemas já publicada no Brasil deste escritor que cresceu na Alemanha nazista e fez dessa experiência histórica um dos seus principais interesses poéticos. Os 90 poemas selecionados e reunidos pelo tradutor oferecem uma boa amostra do universo criativo de Enzensberger. Você pode comprar o livro aqui.
3. Talvez Esther, de Katja Petrowskaja (Trad. Sergio Tellaroli, Companhia das Letras, 256p.) Uma ex-cidadã soviética nascida na Ucrânia no início da década de 1970 escolhe Berlim como refúgio e ponto de partida para resgatar uma fragmentada história familiar. Você pode comprar o livro aqui.
VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
A partir de 14 de novembro de 2025 abre, na Fundação Calouste Gulbenkian, a exposição Complexo Brasil, com curadoria de José Miguel Wisnik, Milena Britto e Guilherme Wisnik. Para marcar esse acontecimento, a principal publicação da casa, a revista Colóquio/Letras dedica a edição n. 220 a assinalar o que aconteceu de relevância aos olhos dos seus autores no campo da literatura e das artes — conteúdo diretamente ligado com a exposição que ficará em cartaz até 17 de fevereiro de 2026.
BAÚ DE LETRAS
Recordamos, do nosso arquivo, duas publicações em torno do agora Prêmio Nobel de Literatura László Krasznahorkai: a) em 2022, traduzimos este texto com algumas linhas para um perfil do escritor e da sua obra; b) um ano mais tarde, Pedro Fernandes resenhou o primeiro romance do escritor húngaro publicado no Brasil.
A oportunidade também nos permite recordar o primeiro escritor húngaro a receber o Prêmio Nobel de Literatura: Imre Kertész. Por aqui, encontram uma resenha de História policial; mais uma resenha, agora, de Liquidação; a tradução destes comentários que lidam com, entre outros, Kadish por uma criança não nascida e Sem destino — aqui e aqui; e um breve perfil de Kertész.
Ainda na superfície do nosso baú. Quando a notícia da morte de Ivan Klíma chegou a esta ambulante redação, trabalhávamos na feitura de um perfil para o escritor. O texto abriu a semana no Letras que agora termina.
DUAS PALAVRINHAS
A arte é a extraordinária resposta da humanidade à sensação de perda que nos espera.
— László Krasznahorkai
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