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Mostrando postagens de maio, 2017

16 + 2 romances de formação que devemos ler

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Goethe à janela de seu apartamento em Via del Corso, Roma. Pintura de Johann Tischbein, 1787. Há uma forma romanesca que tem ganhado espaço entre os leitores nos últimos anos, sobretudo devido ao gosto elevado pela obra da escritora italiana Elena Ferrante indicada nesta lista – a tetralogia napolitana. Neste meio tempo as livrarias receberam ainda livros como O pintassilgo , de Donna Tart ou a reedição de clássicos como A montanha mágica , de Thomas Mann. Mas, o que há em comum entre estas obras e qual forma romanesca é esta? A forma é do romance de formação (cf. enuncia o título da postagem). O termo é uma tradução do alemão Bildungsroman e teria sido empregado pela primeira vez em 1803, pelo professor de filologia clássica Karl Morgenstern numa conferência sobre “o espírito e as correlações de uma série de romances filosóficos”, segundo Friz Martini. Como lembra Wilma Patricia Marzari Dinardo Mass, “mais em tarde,  em conferência de  1820, o mesmo Mo...

Cem anos de solidão cumpriu a profecia de Melquíades

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Por Conrado Zuluaga Gabriel García Márquez. Foto: Ben Martin.  Nos anos anteriores aos 13 meses de reclusão – o tempo gasto para colocar em pouco mais de quatrocentas folhas a história que havia ruminado durante 20 anos –, Gabriel García Márquez enfrentou dois assuntos cruciais que ele próprio contou em diversas ocasiões. De um lado, era o autor de quatro livros publicados ( A revoada , O veneno da madrugada e Ninguém escreve ao coronel ), que vendiam pouco e tinham pouca repercussão; de modo que, na prática, continuava sendo um desconhecido. E, de outro, tinha mais coisas a dizer, mas não encontrava nem o tom e nem o modo de fazer: "Meu problema maior de romancista era que depois daqueles livros me sentia preso num beco sem saída, e estava buscando por todos os lados uma brecha para escapar. Sentia ainda que me restavam muitos livros pendentes, mas não conhecia um modo convincente e poético de escrevê-los". O "modo convincente e poético" encont...

Rodolfo Walsh, a pena e a pistola

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Por César G. Calero – Um fuzilado está vivo! Rodolfo Walsh era um resoluto escritor de romances policiais e incipiente divulgador cultural quando em dezembro de 1956 ouviu de alguém essa frase que mudaria sua carreira e o levaria ao altar dos grandes mestres da literatura e do jornalismo espanhol. “Um fuzilado está vivo”, escutou no café onde ia jogar xadrez. A fala não era de um todo verdade. Do primeiro fuzilado passou-se a um segundo, depois a um terceiro... E o resultado foi sete fuzilados que viviam. Walsh, de berço católico e conservador, mergulhou então numa minuciosa investigação sobre os fuzilamentos perpetrados durante o levante do general Valle em junho de 1956. O resultado foi Operação massacre , obra de culto do chamado jornalismo de investigação.  Vinte anos depois de sua publicação, Walsh se converteria em objetivo principal do regime cívico-militar que tomou o poder em 1976. Oficial primeiro da organização armada Montoneros sob os pseudônimos de...

Boletim Letras 360º #220

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Antes de apresentar as notícias publicadas durante a semana em nossa página no Facebook, é necessário registrar um esclarecimento aos nossos leitores mais atentos (e aos parceiros com os quais chegamos a entrar em contato diretamente por e-mail). Falamos da repentina mudança de nome do blog, que durou o intervalo de 24h, da quarta para a quinta-feira. Realmente não discordamos do que noticiamos nas redes sociais e pelos correios eletrônicos de que o nome Letras in.verso e re.verso  é um bocado quarentão  e complicado na hora de apresentação do blog aos novos leitores; também alguns dos nossos propósitos com este lugar online mudaram um pouco, desde quando aparecemos em 27 de novembro de 2007. Mas, a essa altura, 10 anos depois, descobrimos que já não é mais possível passar por crises de identidades. Tínhamos pela frente ao alterar o Letras  pela sílaba-verbo-imperativo LÊ!  um trabalho gigantesco de revisões e atualizações que talv...

Os sete capítulos esquecidos de Cem anos de solidão

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Por Álvaro Santana-Acuña Meses antes de terminar de escrever Cem anos de solidão , Gabriel García Márquez carregava sérias dúvidas sobre a qualidade de um romance que acabaria por se tornar um clássico da literatura. “Quando li o que havia escrito”, confessou por carta a um amigo, “tive a desmoralizante impressão de estar metido numa aventura que poderia ser de uma catastrófica sorte”. Algo pouco conhecido é que García Márquez publicou sete capítulos do romance no intuito de resolver essas dúvidas. E faz ainda quando não havia acabado de escrever a obra (a concluiu em agosto de 1966) nem havia assinado contrato com a Editorial Sudamericana, feito realizado no dia 10 de setembro do mesmo ano. O livro foi publicado no dia 30 de maio de 1967. Os sete capítulos foram publicados em jornais e revistas que circulavam em mais de 20 países. Representavam mais de um terço do romance, que ao todo tem 20 capítulos. Não há sequer cópias desses textos no arquivo pessoal do escritor ag...