Sobre duas narrativas de Thomas Bernhard
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Por Joaquim Serra Extinção: uma derrocada não é um livro para qualquer cabeça. Thomas Bernhard não é escritor para qualquer leitor. Cheio de repetições, divagações longas que parecem, por vezes, quase sem sentido. Parece, mas não é. O ritmo lento parece música, uma música truncada como o espírito que escolhe guiar, pelas desventuras do homem que acorda um dia e recebe um tal telegrama com notícia de morte (“Pais e Johannes mortos em acidente. Caecilia, Amalia”), uma tal metonímia que o força a reconstruir seu passado e os interesses materiais da família que sempre se reúne em uma sala escura, e que insiste em se comportar como aristocratas. Franz-Josef Murau agora é um professor, mora longe de casa, e tem um aluno preferido: o brilhante Gambetti. Um reflexo dele, interessado e inteligente. Wolfsegg vai ficar cravada na memória do leitor. Wolfsegg, onde ele foi criado como filho de proprietários de terra ainda carrega fortes desejos – quase de vingança – pelos primeiros a