Advertência e ruminação: breves notas sobre Esaú e Jacó, de Machado de Assis
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Por Guilherme Mazzafera Cressida Campbell. Boa parte do que hoje se entende por teoria do romance decorre do posicionamento dos autores em prefácios que, muitas vezes, cumpriam a função de justificativa para o empenho da pena em uma forma nova, arredia a métricas e poéticas, dada a enchimentos e digressões e, acima de tudo, que carecia do caráter sério que os gêneros estabelecidos pelas preceptivas emanavam e exigiam. Embora se possa vislumbrar no século XIX – o “século sério” na poderosa definição de Franco Moretti – um momento de supremacia da forma em sua afirmação de pintura da vida, o recurso dos prefácios e advertências permanece como elemento poroso que reforça ou, nos casos mais interessantes, contesta seu próprio anseio mimético. Nos romances de Machado de Assis, o prefácio, prólogo ou advertência ao leitor tem certa composição proteica. Em Ressurreição (1872), seu primeiro romance, escutamos a voz do autor empírico que percebe a obra que oferece ao público