Aprendizagem da dúvida: Tensões entre desolação e fé no romance “Hóspede por uma noite”, de Shmuel Agnon
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Por André Cupone Gatti Shmuel Agnon. Arquivo: Casa Agnon I. Se o século XIX, com a sua variedade de novas ideias, e com o seu irrefreável ânimo progressista e moderno, fragmentou a tradição judaica em facções das mais diversas possíveis e, desse modo, a tornou mais vulnerável ao descarrilado avanço da História, o século XX fez dessa mesma tradição um arruinado e obsoleto poço de desalento frente à barbárie de violentos eventos históricos, dos quais sobressaem as duas mais desumanas guerras de que se tem notícia. O esfacelamento do humano, tal como a gratuidade da destruição, faz do século XX um século órfão de certezas e transbordante de dúvidas que dificilmente, ou nunca, serão resolvidas. Imersa nesse cenário de incertezas, a herança material e espiritual dos judeus da Europa, no período entre-guerras, assistia à própria ruína. Os shtetl, redutos habitacionais dos judeus na Europa do leste, após a Primeira Guerra Mundial, encontravam-se fisicamente destruídos, habitados por indivíd