O último a morrer que apague a luz
Por Toni García Ramón O mais surpreendente das reações ao fabuloso O conto da aia ( Handmaid’s tale em sua versão original) é a majoritária impressão de que nos encontramos ante uma distopia. “Estamos muito próximos”, dizem alguns/algumas, do regime de Gliead, essa ditadura cristã e teocrática, em que as mulheres são tratadas como meros objetos a serviço de um poder supostamente superior. Elas não podem possuir bens, ler ou escrever. Ou pelo menos algumas delas. As mulheres dos altos gerenciadores vivem num mundo distinto, igualmente obscuro mas com um elemento mais permissivo. E a reação é surpreendente porque Somália, Síria, Arábia Saudita ou Irã já colocaram em prática muitas das políticas que nos parecem meio ficção científica quando vemos a série, mas que não nos provocam nem uma lembrança, ainda que cintilante, no dia a dia do mundo atual. Essa é provavelmente a parte mais terrível do horror que desenha esta série produzida por Hulu a partir do romance...