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Quando as manhãs eram flor, de Pedro Belo Clara

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Por Pedro Fernandes Pedro Belo Clara     De tanta morte gerámos flores, de tanta vida bebemos sol. Pedro Belo Clara é um dos raros jovens de uma geração – e tom desta consideração pode não encontrar eco no contexto português porque é tomada a partir de uma visão brasileira embora pareça que as transformações se deem já de mesma forma em toda parte – é um dos raros jovens de uma geração, dizíamos, em que a escolha da vivência com a palavra constitui uma espécie de obsessão manifestada na contínua demonstração pública de que esta, a palavra, lhe é o domínio da existência. A geração dos anos 1980 foi concebida no interior de um domínio que se tem revelado cada vez mais cruel e desfavorável ao desenvolvimento dessa vivência, o domínio capital que em tudo que toca torna coisa. Embora, é claro atravessemos uma era da escrita, pressupõe-se que a palavra seja para o que dela se alimenta mais que uso; para este sujeito manipulador da linguagem é necessário a natur