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Mostrando postagens de setembro 6, 2012

Uma novo rosto para Emily Dickinson

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A necessidade pela novidade, às vezes até bestial da mídia por detalhes, minúcias, curiosidades, ti-ti-ti sobre escritores tem dado uma nova cara ao 'falar' sobre literatura. Se por um lado isso é desvantajoso, por outro pode até ser iniciativa para o incentivo à leitura. As descobertas do tipo muitas vezes têm lá suas vantagens, mas isso, deixemos, é coisa para se tratar noutra ocasião. Toquei no assunto porque eis que se apresenta agora um novo rosto para a poeta Emily Dickinson. Até então só a conhecíamos através da foto de 16 anos de idade que mostra Dickinson como uma estudante . A idade é provisória, estima-se que a famosa foto (imagem acima) seja de 1847, muito antes, portanto, de quando se tornou efetivamente poeta. O novo rosto para Emily emergiu através do The Guardian depois que o Amherst College autentica uma foto sua de 1859. Na imagem (acima) estão a poeta e sua amiga Kate Scott Turner. Estima-se que na nova fotografia, ela tenha 28 anos de

Paixão, resistência e exílio na novela camiliana

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Por Lilian Jacoto     Se quisermos defender a liberdade, precisamos negar o mundo exterior. Johann Gottlieb Fichte Ilda David. Ilustração para Amor de perdição . A novela, desde sua origem mais remota até os dias de hoje, sempre teve a função e o poder do rapto. Com todas as transformações que sofreu ao migrar do folhetim para o livro, e deste para a televisão, a novela sempre nos arranca da vida, por uma hora do dia que seja, suspende o nosso mundo para viver ou brincar de viver a vida dos outros. Promove, portanto, uma saída forçada para outra realidade, paralela, ao mesmo tempo muito perto e muito longe do real cotidiano.   Seu poder de rapto pressupõe alguma violência ou coação: somos enredados nesse mundo paralelo, muitas vezes sem saber por quê. Essa força se explica pelo fato de a ficção ter armas próprias — os recursos de sedução que uma história bem contada esconde na manga. A matéria essencial do gênero é, naturalmente, as paixões, isto é, sentimentos que incendeiam o sujeito

Intocáveis, de Eric Toledano e Olivier Nakache

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Por Pedro Fernandes Quando saí da lotadíssima sessão de Intocáveis , que segundo soube, repetiu o êxito de público na segunda exibição no Festival Varilux de Cinema Francês, ouvi de alguém da plateia que este foi o filme que melhor já havia assistido de todos os que integravam a programação do festival. Não devo concordar diretamente com essa constatação, mas a partir dela vou procurar entender seu sentido vendo alguns aspectos que faz do longa de Toledano e Nakache despertar no telespectador a importante observação de melhor filme do festival. Uma razão parece ser que este filme muito se aproxima dos tradicionais dramas de superação hollywoodianos que tanto já vimos que estamos já intocáveis (permita-me o trocadilho). Tendemos a aceitar melhor aquilo que já somos adestrados a ver. A primeira vez que entra em cena o ator Omar Sy, com sua incivilidade numa entrevista para contratação de um cuidador para um milionário tetraplégico, associei logo com outra especialidade holly