A casa de barcos, de Jon Fosse
Por Sérgio Linard Jon Fosse. Foto: Ole Berg-Rusten Receber um Nobel certamente é sonho de muitos que se propõem a escrever e a trabalhar com literatura. O prêmio, além do reconhecimento em vida, garante um considerável recurso financeiro para os vencedores e, claro, aumenta exponencialmente a venda de seus textos. Mas o selo de um prêmio desta monta, ainda que não pareça, infelizmente, não faz significar que o leitor terá em mãos um texto de qualidade. Sabemos, por exemplo, que muitos autores só chegam ao grande público mundial após o recebimento dessa outorga; outros, cujas obras são excepcionais, morreram sem nem mesmo terem sido lidos por aqueles que escolhem os vencedores. Entre as justiças e as injustiças que conduzem qualquer processo de seleção, há boas e há más descobertas. Jon Fosse, felizmente, é um caso do primeiro tipo. Após o anúncio de sua vitória por suas “peças e prosas inovadoras que dão voz ao indizível”, não tardou para que muitos fossem os críticos que — sem ...