Antonio Di Benedetto: a distração e o esquecimento
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhapRWar5Q-fC36ApxGavlMIGCsEO5iKc-_Imwz57ublmlbxX4esZmcZbEc6seHErFIupQeSoEv390VF4_kvdv91xhvoqoEU-4rvziEl7zPxzxLc27P_9wRfr99DDRNjLyBD5qOQV_WLqei1zJNtanWEey1Tj0qMKgEbKZ66N1i6SrP0NkeQ1Ocd3Y/s16000/A-Benedetto.png)
Por Jimena Néspolo Antonio Di Benedetto. Arquivo Cidade de Mendoza. Surpreende, a partir da obra narrativa de Antonio Di Benedetto (Mendoza, 1922-Buenos Aires, 1986), sua vocação para desarticular as formas sem rituais que organizam a afetação. O seu é um caminho discreto, que aposta na coerência filosófica e num distanciamento reflexivo capaz de trair qualquer impostura. Há algo da ordem do estranhamento persistente do mundo, que espreita na seleção lexical e no fraseado, mesmo nos textos jornalísticos que apostam na comunicação plena. Embora Zama (1956) seja uma de suas ficções mais conhecidas, pode ser El pentagóno. Novela en forma de cuentos [O pentágono. Romance em forma de contos] que melhor condensa essa busca. O “livro mais misterioso da literatura argentina” — segundo Sergio Chejfec 1 — foi publicado pelas Ediciones Doble P, em 1955, embora tenha sido escrito na década anterior. É um romance caótico e labiríntico onde todas as alternativas de enredo são possíveis, poi