Tamanho é documento
Por Guilherme Mazzafera Ilustração: João Fazenda. Há algo que se perde em qualquer tipo de padronização, mesmo as aparentemente necessárias e menos belicosas. Tomemos a escolha de uma fonte tipográfica para uma coleção de livros. O estilo de um autor por certo transcende a letra impressa no papel, mas ele igualmente se dá através dela. Cada autor, é certo, merece sua própria fonte — e o fascínio por manuscritos, quando ainda os havia, deve-se muito à desumanização da firma autoral pela planificação tipográfica dos séculos posteriores. Mais do que isso, não seria de todo descabido pensar que tal fonte poderia ser vendida junto com os direitos autorais de uma obra, que só poderia ser comercializada se respeitasse esta demanda — naturalmente, seria algo bastante trabalhoso adaptá-la para outros alfabetos e sistemas de escrita, mas ainda acho que o autor deveria ser capaz de escolher sua aparência textual nas mais diversas traduções. A fonte, como seria de esperar, deveria ser propr...