Roberto Bolaño: “Escreve tu a poesia por mim”
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMx9j7e4I2k4XB1vReP2A8OWZ-32_wQHUEs4nncbTZwLSYmzL9cznA1SQq_yPt39aFmWSOddNmVEeSrtCN3MPP40HE2phSRS8WI3_TcOGLw29zs7FrxsZEA7uJKz_Rn1j6JtoULhiW8w/s1600/bola%25C3%25B1o-amigos.jpg)
Por Toño Angulo Danieri Da esquerda para a direita: Roberto Bolaño, Álvaro e Bruno Montané. Arquivo Roberto Bolaño. Augusto Monterroso deixou por escrito os três destinos que esperam o latino-americano que pretende dedicar sua vida à leitura e à escrita: exílio, isolamento ou esquecimento. Não acrescentava exemplos, mas qualquer um que pense em Vallejo ou em Osvaldo Lamborghini ou no próprio Monterroso sabe a quem se referia o guatemalteco. As cartas que Bolaño enviou ao seu amigo e também escritor chileno Bruno Montané entre setembro de 1976 e uma data indeterminada de 1997, e que acabam de chegar à Biblioteca Nacional de Espanha (BNE), situam o autor de Estrela distante ao menos em duas esquinas dessa latino-americaníssima trindade literária. Nelas aparece o Bolaño desterrado (“para os velhos o exílio é algo insuportável, para os jovens é a promulgação natural da aventura”), mas sobretudo o “ermitão que permanece recluso” (assim o descrevem numa revista chilena e em