Uma visita à sólida catedral poética de Carlos Drummond de Andrade
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Carlos Drummond de Andrade Carlos Drummond de Andrade parece que teve desde cedo uma consciência muito bem elaborada sobre o exercício da escrita ou mesmo certa segurança sobre o êxito de seu trabalho. Pode ser que isso tenha sido, primeiro, produto de uma intuição alcançada não sem o custo de conhecer muito bem a literatura brasileira e por quais lugares alguém interessado em construir um projeto literário poderia tatear para se estabilizar; segundo, uma extensa preocupação e, sobretudo, zelo com o ofício da palavra, capaz então, de lhe determinar uma consciência lúcida sobre sua obra. Entre as duas observações, de serventia a qualquer interessado na escrita, está a capacidade de acreditar no trabalho e persistir, sem apelos, pela feitura do reconhecimento. Alguém já terá definido que escrever é uma missão e a recompensa vem do empenho por aquilo que faz; claro, não sem uma pitada de sorte pelo caminho. A impressão que fica de Carlos de Drummond de Andrade é ainda a do escr