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Futebol de literatura periférica*

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Por Wagner Silva Gomes Ilustração: Giovanna Jarandilha.    Pasolini, escritor, poeta e cineasta italiano, escreveu em 1971 o ensaio intitulado “O futebol”. Nele o escritor analisa as diferenças entre o que ele chama de futebol de prosa (cerebral, esquemático, técnico) e futebol de poesia (imprevisível, gingado, inventivo). Ele diz que o primeiro tipo de futebol tem mais a ver com a realização europeia e o segundo com a realização latino-americana, mais especificamente a brasileira. Refiro-me a Pasolini pra trazer a minha constatação de que há um futebol de literatura periférica (esquemático e imprevisível; cerebral e gingado; técnico e inventivo) que, para além dos gêneros literários narrativo e lírico, é realizado por uma literatura em que as palavras e frases são pensadas, enchidas, energizadas, por construtos estéticos-sociais (escola de samba, dança de quadrilha, futebol, capoeira, música, principalmente o rap, a cultura hip-hop em geral etc.) realizados e exercitados fortemente pe