Sobrevivência da poesia
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOuO2V8YWRt6fo6aHmpwXl0x3aqtUeUWP_ytuB5jCAHmzUUu6z5Fsdcl3d3uEexeLUGgRccCHwjxx51dsjQwmz5aElFEnTGouTXDKdvDH9xhn_xTVs1I48E6VPunsMyVhgcDX8fBygZIXBifhwFawwpjOlfxp9LWINtIegtGdF8vNSD1AGruOc8yw/s16000/155_8-1-970x731.jpeg)
Por Michael Hamburger Foto: Masao Yamamoto Nas últimas décadas, houve menos controvérsias sobre “a morte da poesia” do que sobre “a morte do romance”. Uma explicação óbvia é que os romances recebem mais atenção de qualquer maneira porque podem se tornar best-sellers ou serem adaptados para o teatro, cinema, rádio ou televisão. Outra é que a poesia era considerada um anacronismo já no início do século XIX, no início da Revolução Industrial, quando Thomas Carlyle declarou que a poesia não poderia ter nenhuma função real no que ele chamou de “Era Mecânica”. Sua previsão, é claro, carecia da dialética necessária para acomodar o movimento romântico com seus ímpetos antimecânicos e antirrealistas, e seu retorno aos paradigmas não apenas pré-industriais, mas pré-literários: baladas, canções folclóricas e contos de fadas. Agora, durante a Segunda Revolução Industrial — a eletrônica —, é a alfabetização e não o analfabetismo que ameaça a sobrevivência da poesia, embora não a da literatura