Mário Cesariny: o último dos surrealistas
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Por Miguel Ángel Flores Mário Cesariny, 1963. Foto: Eduardo Gageiro À pergunta de qual foi a figura mais excêntrica, a mais controversa, a mais incômoda da poesia portuguesa do século XX, sem dúvida a resposta será: Mário Cesariny. O poeta, na última fase de sua vida, suprimiu o sobrenome paterno. A ele se deve a fundação do primeiro grupo surrealista em seu país. Era um homem que gostava de causar escândalos, de reações inesperadas, pouco afeito às cortesias com o próximo e que rejeitava elogios com um gesto azedo. Construiu sua lenda e de agora o seu mito. Numa atmosfera de sacristia e pudor cristãos, mostrava sem hesitações as suas preferências sexuais, o que lhe valeu a hostilidade do mundo oficial e o assédio da polícia política, a PIDE, que não perdeu oportunidade de o assediar, chegando mesmo a enviar-lhe um ofício em que foi avisado que estava proibido de sair à rua por ser considerado sujeito de maus costumes. O poeta classificou esse documento como um ato surrealista. Quand