Ler a Odisseia (parte III)
Por Pedro Fernandes Detalhe de um vaso grego. Pelike ática de figuras vermelhas do Pintor de Licáon. Data c.-440. Boston, Museum of Fine Arts. Fonte: Portal Graecia Antiqua. (Na imagem) Ulisses no Hades. Ao seu lado o deus Hermes e à sua frente a sombra de Elpenor, antigo companheiro que morre quando da sua passagem pela ilha de Circe. A súplica de Elpenor se insere na trajetória do herói como prenúncio do fim de uma viagem a que qualquer um pode está destinado: o do esquecimento. Aponta para a conservação da memória como necessidade à própria existência. * Comumente nos referimos ao ato de viajar como um processo de fuga do lugar-comum e de renovação do tempo - “Viajar é preciso senão a rotina te cansa”, dirá a música. A experiência da viagem traz implícita ainda o exílio, o desejo pelo desconhecido, pelo crescimento espiritual, em busca de novas vivências e experiências. Se pensarmos mais entenderemos que a nossa própria vida é uma viagem terrena que dura o te...