Do 'Mineirês' a Guimarães Rosa
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Por Maria Vaz Guimarães Rosa no Itamaraty, Rio de Janeiro, 1964. Foto: David Drew Zingg. Acervo Instituto Moreira Salles Passei o feriado passado no interior de Minas Gerais: uma terra abençoada em que abundam a tradição, as delicias gastronómicas e as belezas naturais, minerais e paleontológicas, que os turistas não costumam visitar. Mas não só. Um local em que os amantes do encontro de enriquecedoras divergências culturais certamente se encantam com o sotaque peculiar, tão único, desse Estado onde cabem alguns países como Portugal. E como não sou diferente daqueles que por lá se perdem e encontram, não consegui deixar de achar piada à diferença fonética e ao encurtamento das palavras: um tom de fala em que o timbre de quem profere se combina com um ritmo irregular (que ora se encurta ou prolonga), fazendo com que o orador adquira um jeito engraçado, ainda que não queira. Quem não acharia piada a um “tiquim de dôdeleite” ou a uma exclamação, como, “esse trem é bão demais da