A leitura “histórica” de Thomas Mann: mas além do sensacionalismo artístico
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Por Anna Maria Iglesia Num mundo fragmentado, a reconciliação tornou-se impossível, este é o mundo que Friedrich Nietzsche vislumbra e ante o qual propõe um regresso ao mito primitivo, ao mito de Dionísio, ao mito do excesso e da desmesura. Dionísio é o mito da vontade de poder, dessa mesma vontade que permite dizer sim à vida marcada pelo pessimismo, pela negatividade, uma vida constituída por um sofrimento inevitável, impossível de superar, que retorna eternamente. O mundo vislumbrado por Nietzsche é o do eterno retorno, o mundo que o homem do futuro deve aceitar tal e como é sem esperar a redenção final que a moral cristã e a razão acrítica e, inclusive, a ideia de uma ciência que visa o progresso demasiada vezes prometida e prevista. A racionalidade acrítica já não é válida, tornou-se insuficiente; converteu-se numa ferramenta invisível num mundo e numa realidade que não podem ser mudadas, pois o mundo deve ser aceito na dor e no prazer que o constituem. Dionísio