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Algumas notas sobre “Poemas”, de Pier Paolo Pasolini

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Por Pedro Fernandes No Brasil, Pier Paolo Pasolini é uma figura, ao mesmo tempo, conhecida e desconhecida. Apesar de autor de um cinema integralmente situado fora dos chamados circuitos comerciais, é pouco provável que alguém não tenha deixado de ao menos ouvir falar em títulos como Salò ou os 120 dias de Sodoma , talvez o seu filme mais conhecido. Se estreitarmos ainda mais o público, é possível lembrar outros títulos, quais Medeia , Teorema ou Os contos de Canterbury . Desses títulos, o leitor deste texto que nunca tenha assistido nenhum deles, não deixará de perceber a estreita relação que o cinema do italiano mantém com o universo literário. E isso não é em nada gratuito. Romancista que se preocupou em construir uma obra interessada em revelar a periferia proletária da Itália de seu tempo – país com o qual desenvolveu intenso, e nem sempre cordial, (para dizer nunca) diálogo – ele próprio considerava-se acima de tudo um poeta. E não faltará quem também assim o rec