Postagens

Mostrando postagens de julho 10, 2018

Baudelaire no século XXI

Imagem
Por Andreu Jaume No dia 31 de agosto de 1867 morreu em Paris Charles Baudelaire. Desde quando caiu na igreja de Saint-Loup de Namur, na Bélgica que tanto detestou, não havia recuperado a voz e só repetia “Non, crénom!”, uma contradição de “Sacré nom de Dieu”. Não era acaso, para quem havia vivido seu catolicismo com tanta seriedade, que sua última relação com a linguagem tenha sido uma blasfêmia, um resíduo do sagrado cuspido para a morte como última negação. Quando o poeta saiu do hospital religioso de Bruxelas onde foi tratado dos primeiros sintomas da afasia e da hemiplegia, as monjas agostinianas, escandalizadas por seu comportamento, benzeram o quarto da enfermaria. A mãe do poeta o levou para Paris, onde ingressou na clínica de hidroterapia do doutor Émile Duval. Aí recebeu visita de alguns amigos como Sainte-Beuve ou o fotógrafo Nadar e as mulheres do romancista Paul Meurice e do pintor Manet para tocar ao piano fragmentos de Tannhäuser . Quando morreu estava nos b...