Salim Miguel
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJzpLUeeT6dhoOq0TNbMY22P41SqXF_HkijgvmMxr_usk5f3cKMJVbaQmtnnGFxaeHpCzVggwH9oJkdyYZs_CgJtdjo0AtBWZmOX8hhc9w8YO5J6V0Fqvuv27ZjnJU3JOsYgR3lPx_kQ/s640/fazmodelo.png)
Um silêncio que se constrói em torno de uma obra cujo interesse não se deixa contaminar pela sede do mercado não pode servir de parâmetro para dizer que um escritor e uma obra são menores; em grande parte, é esta uma clara displicência, primeiro dos seus contemporâneos, depois dos leitores sempre mais suscetíveis a encontrar e ficar restrito ao que lhe é oferecido como produto de primeira qualidade no dobrar de uma esquina. Muitos já terão reparado reiteradas vezes que o mal está não no escritor ou obra que se escondem mas naqueles que de algum tempo passaram a controlar e determinar o que tem se firmado como padrão de leitura. Nesse território de displicências ganha o leitor que não se deixa levar pelo que o mercado lhe impõe e busca de alguma maneira reconhecer o que está fora desse eixo; sim, porque fora dele, ainda se concentra boa parte do que podemos chamar de boa literatura. Assim se passa com a obra de Salim Miguel. Despreocupado em atender a demanda castradora