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Sete poemas de Mary Oliver em “Evidência” (2009)

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    Por Pedro Belo Clara (Seleção e versões)     Mary Oliver. Foto: Molly Malone Cook   COM UM AGRADECIMENTO AO TICO-TICO, CUJA VOZ É TÃO DELICADA E HUMILDE   Não vivo feliz ou confortável com a esperteza dos nossos tempos. As conversas giram em torno de computadores, as notícias são só sobre bombas e sangue. Esta manhã, nos campos frescos, vim a descobrir um ninho escondido. Continha quatro ovos malhados, quentes. Toquei-os. Então, fui-me embora, delicadamente, sentindo algo mais extraordinário que toda a electricidade de Nova Iorque.           UMA LIÇÃO DE JAMES WRIGHT ¹   Se James Wright pôde colocar no seu livro de poemas uma página em branco   dedicada “Ao Cavalo David Que Comeu Um Dos Meus Poemas”, estou pronta a segui-lo ao longo   do doce caminho que abriu através da aridez e sugerir que agora te sentes   sossegadamente em algum maravilhoso lugar selvagem, e escutes o silêncio.   Digo eu ser isto, também, um poema.       QUASE UMA CONVERSA     Ainda não conversei, de facto, co