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Mánasteinn, o menino que nunca existiu, de Sjón

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Por Pedro Fernandes Sjón. Foto: Dagur Gunnarsson   Tornou-se comum dizer da ausência de personagens na literatura capazes de permanecer conosco como figuras que rompem o limite da ficção e passam ao nosso convívio como as nossas criaturas de carne e osso. Sjón contraria o que parece se afirmar como uma recorrência e nos oferece uma dessas criaturas: Máni Steinn.   É caso ardilosamente pensado, como é sempre na arte. O jogo ficcional disposto pelo romance com essa figura começa desde um título que a princípio registra o que parece uma versão oralizada do nome próprio do protagonista: Mánasteinn . Entre uma forma e outra, o romancista desvincula sua personagem de uma condição material transformando-a em matéria simbólica. Não é, portanto, apenas uma criatura que se distingue no plano narrativo pela ação. Sua natureza a insere no plano das significações.   Sendo o islandês em relação ao português uma língua perfeitamente integrada à lista daquelas complexidades que só uns muito iluminado