Uma poética do simples: “Eu, desenganado”, de Eduardo Duarte
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Por Wesley Sousa Os poemas de Eu, desenganado de Eduardo Duarte, jovem poeta e musicista baiano, se interligam desde a unidade existencial de uma época até um aspecto cultural delimitado. Podemos dizer que o pequeno livro é estruturado em três linhas temáticas específicas, tal como está dividido: “Do ser”, “Do amor” e “Do lutar”. Cada parte contém dez poemas. Os títulos das divisórias do livro, por sua vez, apontam para um fio condutor mais amplo: a existência em três âmbitos. O primeiro se refere àquilo que somos, ou melhor, ao que estamos a ser. No devir da vida, nas condições de existência nas quais as nossas condições de ser se efetivam. Em “Do amor”, a companhia e o arrebatamento de um sentimento se notam presentes, apontando como o eu-lírico fala de si ao exprimir amores perdidos ou não-realizados, como se apresenta no poema “Sufocado”. Mas, no “plano existencial” em que as poesias se constroem, destacaria um poema que, de algum modo, esclarece a tônica do sentido filosófic