Estive lá fora, de Ronaldo Correia de Brito
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Por Pedro Fernandes Ronaldo Correia de Brito. Foto: Jorge Clésio A obra de Ronaldo Correia de Brito a um só tempo se apresenta integrada a uma tradição literária brasileira e em busca de expandi-la em novas fronteiras. Estive lá fora é um romance em constante esquiva; reitera algumas das preocupações da nossa prosa posterior aos anos de ditadura militar mas sem se render a apelos do tipo histórico, revisionista, ou social, panfletário de uma causa. Seu interesse é exclusivamente pelo homem encalacrado nas circunstâncias do seu tempo, em tentativa desesperada pelo estabelecimento de um lugar no mundo e encontrando na arte a expressão essencial do ser ou a terceira margem capaz de conduzi-lo por fora dos limites das ideologias prisioneiras e infecundas. A noção de esquiva apontada antes não se encontra apenas como um lugar ocupado por este romance; é peça implicada no funcionamento da sua narrativa. Já no episódio inaugural, encontramos Cirilo, o protagonista, no beiral da ponte da Ma