O som e a fúria
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Por Gustavo Valle Um tipo muito tímido, de óculos, amante dos gatos, fumante de várias carteiras de cigarro por dia, comedor de hambúrgueres e cachorro-quente; um sujeito que escutava rock a toda hora, inclusive enquanto escrevia. Que não era nem drogado nem alcoólatra, embora gostasse de uísque e sim escrevia quase exclusivamente sobre drogados, alcoólatras e toda sorte de sujeitos à margem da lei, à deriva, fracassados. Um tipo que aos vinte anos foi diagnosticado com lúpus, enfermidade autoimune que onze anos depois acabaria com sua vida. Tudo isso, junto com uma escrita prolífera, excessiva e alucinada, com suas paisagens de uma Bogotá desfocada em technicolor, fizeram de Rafael Chaparro Madiedo, e seu romance Ópio nas nuvens (tradução livre para Opio en las nubes ), um autor cultuado na Colômbia, o que quer dizer um autor oculto durante muitos anos, essa raça de escritores cuja obra e vida parecem sempre cruzadas por um destino prematuro, trágico e angelical. Andrés