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Mostrando postagens de novembro 16, 2022

José Saramago — português e universal

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Por José Vieira José Saramago. Foto: Fernando Peres Rodrigues.   Era uma vez um homem nascido na Azinhaga e que lá voltou para nascer outra vez. Era uma vez o neto de Josefa Caixinha, a menina de 90 anos que tinha pena de morrer porque o mundo era tão bonito. Era uma vez o neto de Jerónimo Melrinho, o velho que sentindo a morte chegar foi despedir-se de todas as árvores do quintal. Era uma vez José de Sousa, o homem que se fez Saramago e ganhou o Prémio Nobel da Literatura. Era uma vez o centenário desse escritor, feito a pensar nos próximos cem anos. Era uma vez um escritor, um autor, um narrador, um cidadão. Era uma vez.   O homem que não nasceu “para isto” é o mais universal de todos os escritores de língua portuguesa. Se é certo que o Nobel pode ser visto como mais um prémio, havendo interesses políticos e ideológicos à mistura, a verdade é que, no caso do escritor português, este é um prémio mais do que justo e merecido. Um galardão que reconhece o percurso de um homem que não se