Viagem ao fim da noite, o grande romance escrito pela fúria
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivf_F1fsxGo47RH4Z1sVk4rlzoY_uINUvirffCs6qI8iUDjYs13aoKlhc0HSfVpQol0OD3x_8MNvW5sV520atUZY3g18ATyNyixgUnwAORHdzZEnl9Nyx4GGbrhHevIeZamcZnp3c-Lw/s640/LF.png)
Por John Banville Céline em Nova York, anos 1930. Voyage au bout de la nuit , ou Viagem ao fim da noite , publicado originalmente em 1932, é um dos grandes romances do século XX, além de ser o melhor romance escrito por um simpatizante da ultradireita política, como depois os críticos literários do pós-guerra classificaram o autor. Outros romances escritos por autores de extrema direita – como Nos penhascos de mármore , de Ernst Jünger ou Kaputt , de Curzio Malaparte – são, no mínimo, interessantes, mas a exuberante misantropia desta obra-prima, que não coloca em evidência afiliação política alguma nem expressa ideias antissemitas, é única, sobretudo como obra de arte revolucionária, e exerceu uma profunda influência em autores tão díspares como Samuel Beckett e William S. Burroughs, Jean Genet e Günter Grass. Poderia dizer inclusive que sem Céline não haveria existido Henry Miller, nem Jack Kerouac, nem Charles Bukowski, nem os poetas beat. Louis-Ferdin