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Mostrando postagens de outubro 3, 2017

Os livros que prometeram: nuances da literatura argentina

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Por Pablo de Santis É recorrente na literatura fantástica os livros malditos, como O rei de amarelo de Robert Chambers ou Necronomicon. O livro dos mortos de H. P. Lovecraft, que enlouquecem quem os lê. Não há por sua vez contos que falem de livros intangíveis como fantasmas. Para existir, não falariam de livros destruídos e voltados à vida com desejos de vingança. Falariam de livros prometidos, livros não escritos. Porque o verdadeiro fantasma de um livro não exige fogo: exige uma pluma que se detém, o silêncio de uma máquina de escrever. Um fantasma pode assustar qualquer um. Mas estes livros espectrais só poderiam assustar a uma pessoa: o seu autor. Que eu saiba, o único autor que dedicou um volume inteiro aos seus abandonos é o grande crítico George Steiner. Seu ensaio Os livros que não escrevi é quase uma autobiografia contada a partir das obras que planejou e não começou o não terminou. “Um livro não escrito é algo mais que um vazio – escreveu. Acompanha a obra