Coetzee: a maldição de escrever
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Por Rafael Narbona J. M. Coetzee. Foto: Murray White J. M. Coetzee já é, sem dúvida, um clássico. Não porque tenha recebido o Prêmio Nobel, mas porque conseguiu penetrar nos estratos mais profundas da consciência humana com uma prosa cuidadosamente refinada, onde a concisão e a precisão se unem à introspecção e ao lirismo. Com este texto concluo o meu percurso por alguns dos livros que antecederam a atribuição do Nobel em 2003. Alguns apontam que a Trilogia de Jesus carece do interesse de seus romances da maturidade, mas acredito que ainda reflita um firme compromisso com a inovação. Coetzee não se limitou a repetir uma fórmula. Cada livro constituiu um exercício de renovação e autocrítica. É a atitude que caracteriza os grandes criadores. Dostoiévski e a maldição da escrita¹ A literatura alimenta-se de literatura. Daí, o escritor sul-africano faz de Dostoiévski o protagonista de uma de suas ficções. O escritor russo possuía um enorme talento e uma personalidade obscura e complex