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“Los combatientes deseos”

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Por Felipe de Moraes Sor Juana y la Virreina. Ilustração: Felix d’Eon. A lírica amorosa de Sor Juana Inés de la Cruz ocupa uma parte considerável de sua produção poética e se destaca no mundo barroco da Nova Espanha pela variedade de formas e estilos através dos quais é expressada. A monja, como conhecedora e leitora voraz que era, retrabalhou essa vasta tradição erótica que vem desde a antiguidade clássica, perpassa todo o Renascimento italiano, nas composições do dolce stil nuovo , e deságua na Espanha da Contrarreforma, no século XVI, onde é recebida pelos cultistas barrocos, como Góngora e Quevedo, e ali ganha uma nova dimensão poética expressiva através do conceptismo e da retórica palaciana. O objetivo neste breve ensaio, portanto, é fazer uma leitura comparada entre o romance 19, “Puro amor, que ausente y sin deseos...”, e o soneto 179, “Que explica la más sublime calidade de amor” 1 , escritos por Sor Juana, de modo a ressaltar semelhanças e diferenças entre ambos, observando