Revolução invertebrada
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQB2k1fiVCGPOyVEd0YzI1g45IvltEM1AKwLEYiBsxj9nuoT5ImLDaueBeIRWJy1cRgcWPiP75WybQeSp2_v4wDN27HD2mn5JV0d55_gl1Uq3uQwPjCgnFwdqRnYuO1a80IH-xNbMTWHA/s1600/methode%25252Fsundaytimes%25252Fprod%25252Fweb%25252Fbin%25252F189db670-a093-11e8-82dc-6845d6807657.jpg)
Por Carlos Pardo A Abbas / Magnum Photos. V. S. Naipaul em Grenada, 1983. A morte de V. S. Naipaul (1932-2018) reaviva uma polêmica que acompanha o escritor desde quando recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, em 2001: o velho clichê de se os gênios são boas ou más pessoas. E se “quanto mais sutil e intensa se fazia sua prosa, maior era a impudência de seus comentários em público”, como escreve seu biógrafo Patrick French, de Naipaul chegavam a expor como contradições ideológicas ambíguos segredos de alcova. Também lhe chamaram de racista, preconceituoso e “lacaio depreciável do imperialismo”; opiniões gravadas inclusive nos obituários. Muitos dos exemplos contrários estão em O escritor e o mundo [tradução livre], contundente compilação de crônicas de viagens datadas entre 1962 e 1992. Lidas hoje, alguém pode recordar o desejo de Schiller: não dês ao teu tempo o que te pede, mas o que necessita. Nascido numa família indiana emigrada na ilha de Trinidad, escrit