A vida invisível de Eurídice Gusmão, de Martha Batalha
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Por Pedro Fernandes Numa passagem singular das muitas que formam a entrevista de Clarice Lispector ao jornalista Julio Lerner, veiculada em 1977 no programa Panorama da TV Cultura, que foi também a última e a única em vídeo, a escritora, depois de confirmar que “o adulto é triste e solitário”, é confrontada com a pergunta sobre quando começamos a nos transformar para esse destino. Para ela, “isso é segredo” mas calcula que “a qualquer momento da vida, basta um choque inesperado e isso acontece”. O primeiro romance de Martha Batalha pode se inscrever no interior de uma tentativa por encontrar ou capturar esse instante e demonstra que a existência é um carrossel de pouca e quase nenhuma alegria e se viver é uma dádiva, as dívidas adquiridas para levar adiante uma vida, quando dela alcançamos a consciência, são tantas que nem mesmo toda uma eternidade seria suficiente para pagar. Dito assim, se sugere que A vida invisível de Eurídice Gusmão é um melodrama dos baratos; um livro feito