Pier Paolo Pasolini e O Evangelho segundo São Mateus
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Por Solange Peirão Um, entre tantos filmes expressivos e belos do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini, é O Evangelho segundo São Mateus , de 1964. Na comemoração do centenário do cineasta, está disponível temporariamente na plataforma de streaming MUBI. Sua principal marca é, sem dúvida, a simplicidade minimalista. A locação foi estabelecida no sul da Itália. O texto é integralmente o Evangelho de Mateus — fiz o exercício encantador de acompanhar paralelamente o andamento das cenas e a leitura na Bíblia. Os atores são amadores, muitos, inclusive o Cristo, a atuarem pela primeira vez. Maria, mais velha, é a própria mãe de Pasolini, Suzanna. E a música, clássica e popular, costura este conjunto. O filme oscila entre planos-sequências e enquadramentos de rostos ou de cenas em que alguma questão específica do discurso bíblico está sendo narrada. A beleza dessas alternâncias está justamente no fato de que os primeiros se mostram adequados para desnudar a ideia de percurso, de ca