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Marcel Proust: o aroma dos meninos em flor

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Por Luis Antonio Villena Marcel Proust (sentado), Robert de Flers (à esquerda) e Lucien Daudet (à direita), c. 1894.   A ideia terá aparecido — certamente — a partir de um homem apaixonado pelos jovens que pagava e frequentador assíduo de bordéis masculinos, alguns ligeiramente camuflados como banhos turcos, onde chegava a cenas sadomasoquistas. Tudo isso foi negado por Céleste Albaret, sua última e dedicada empregada e cuidadora, mas seu testemunho, nisso, valeu muito pouco. O Barão de Charlus, como personagem, tem algo do próprio Marcel Proust no mais íntimo. Jupien, aquele que comanda o bordel no romance, era na verdade Albert Le Cuziat, a quem o escritor deu a grande mobília da casa de seu pai, e que tinha dois estabelecimentos com prostituição masculina em Paris, o famosíssimo Hôtel Marigny e os Banhos du Ballon d’Alsace.   O nome de Le Cuziat — amigo de Marcel, se quiserem, um amigo secreto — aparece em numerosos relatórios da polícia parisiense, que fiscalizava esses estabelecim