A literatura em 13 mandamentos por Patricia Highsmith
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Patricia Highsmith conta que uma das ferramentas que mais lhe ajudou a escrever foi a sesta, aquele cochilo que geralmente a gente tira depois do almoço. Em seus primeiros tempos, quando ainda desempenhava outros trabalhos para sobreviver, dormia ao chegar em casa pela tarde e tomava banho ao acordar para simular que começava um novo dia, o de verdade, aquele em que podia fazer o que sonhava: colocar uma palavra atrás da outra para construir histórias. Multiplicar cada dia por dois foi o cartola de mágico da escritora, da qual saía não um coelho, mas um punhado dos romances de suspense que continuam sendo os melhores tantas décadas depois. “Uma sesta salva o tempo ao invés de desperdiçá-lo”, dizia. “Adormeço com o problema e acordo com a resposta”. A divina sesta de Patricia Highsmith não é apenas uma das sensíveis confissões que nos dá o livro dela que aqui vamos falar. É o relato de que a literatura mais sofisticada não está na sofisticação, na visão perdida em busca