Um bando de selvagens desajustados
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-aecRvlQ_MQLgajRytpOqPhhW7B2fW4ubT8uQx-AO8HfnuylghJIIZrTkqNxAvVk6xRYcDIiFgqKQtPIwjb1Diqld2bZhg0yoKH1jW3wzQ15_K8GDh8tp0C-dn8ZbGy9kfs4nx8nMJg/s640/00016c42b1c914cfe4cf2d.jpg)
Por Carlos Reviriego Arthur Miller e Marilyn Monroe. No auge da inserção do dramaturgo no cinema. A relação de Arthur Miller com a indústria e a arte do cinema foi esquiva, tangencial, anedótica, frustrada e, em termos pessoais, catastrófica. São muitas as traduções para a tela de seus textos teatrais, embora poucas memoráveis, enquanto seu vínculo direto com o cinema está obviamente marcado pelo seu curto casamento com a estrela mais deslumbrante da sétima arte, Marilyn Monroe. Na verdade, foi na tela onde ambos deixaram a consequência de sua devastadora ruptura. No selvagem e crepuscular Os desajustados (The Misfits, 1960) filmado por John Huston está a autópsia de um amor que já era cadáver, o amargo fim de uma relação e o último filme de dois ícones do século XX: Clarck Gable e a própria Marilyn. De fato é praticamente a única produção do gênero, hoje de ressonâncias míticas, que contou com a participação direta e a supervisão constante de Miller – escreveu o roteiro a