Raptado pelas musas
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Por Javier Gomá Lanzón Nicolas Poussin. El Parnaso. Apolo oferece o néctar a um poeta coroado de laurel por Calíope. Há um feito notório e universal que pede uma boa explicação: por que determinadas pessoas dedicam as melhores horas do dia, os melhores dias do ano e os melhores anos de sua vida, para produzir algo que nunca lhes foi pedido, sem que o êxito social, os requerimentos da consciência, o desejo da fama ou o enriquecimento econômico se constituam numa motivação pessoal. O feito só pode ser designado pela palavra vocação . E necessita explicação porque é mencionado, invocado ou apelado a cada passo por quem o experimenta no interior de sua personalidade – poetas, pintores, compositores, criadores, artistas, pensadores –, mas raras vezes tem sido objeto de meditação filosófica. 1 A vocação se compõe de dois momentos: visio e missio (visão e missão). O que percebe nossos sentidos não tem sentido. Nossa experiência do mundo é caótica, fragmentária, e não alca